A megaoperação da GNR esta terça-feira em curso no distrito do Porto resultou em, pelo menos, 15 pessoas detidas, 29 constituídas arguidas, apreensões de droga, ouro, roupa, alimentos, munições, dinheiro, notas falas e automóveis, adiantou à Lusa aquela guarda, que envolve 300 agentes de forças de segurança nos concelhos de Gondomar, Penafiel, Paços de Ferreira, Vila Nova de Gaia e Matosinhos.

Em declarações à Lusa, pelas 13h, o tenente-coronel Adriano Resende, do Subdestacamento da GNR da Maia, explicou que foram efetuadas, até ao momento, buscas nos concelhos de Vila Nova de Gaia, Maia, Matosinhos, Paços de Ferreira, Porto e Gondomar.

Os detidos, disse, têm idades entre os 25 e os 85 anos.

“Até agora, e ainda vai decorrer mais uma busca (…), foram apreendidas 29 munições, um quilo de ouro, haxixe, três veículos, 20 mil euros em dinheiro vivo, 50 euros em notas falsas, uma quantidade por especificar de peças de roupa, alimentos (carne, bacalhau, presunto e camarão), bijuteria, relógios de marca e equipamento informático”, enumerou.

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Da operação já resultaram 29 pessoas constituídas arguidas, entre as quais 15 detidos, sendo que dois deles foram detidos em flagrante delito por posse de droga, posse ilegal de arma e notas falsas.

Em declarações à Lusa, o tenente-coronel Adriano Resende, do Subdestacamento da GNR da Maia, explicou que é nestes concelhos que residirá a rede criminosa que se dedicava a furtos a residências e a estabelecimentos comerciais em todo o país.

Pelo menos 13 detidos em operação da GNR no Grande Porto

No total, são conhecidos, até agora, 57 furtos a residências e 94 a estabelecimentos comerciais, disse o responsável.

Estamos a dar cumprimento a 14 mandados de detenção. Neste momento, já estão 13 detidos. Estamos também a efetuar 17 buscas domiciliárias e 16 buscas não domiciliárias, parte delas em veículos, alguns dos quais de alta cilindrada e também furtados, e temos a intenção de constituir arguidos mais 13 pessoas”, afirmou o responsável pela megaoperação, pelas 9h.

No terreno estão operacionais da GNR de vários comandos territoriais e da unidade de intervenção da Guarda, da PSP, incluindo agentes da Unidade Especial de Polícia, da Autoridade Tributária, da ASAE e da CPCJ, porque em alguns alvos “existem crianças e poderá haver necessidade de prestar um apoio adequado”.

“Cremos que esta operação é o primeiro embate para levar à justiça quem merece e também pode ser uma forma de ouvir outros lesados, que ainda não manifestaram a intenção de requerer procedimento criminal contra os autores dos furtos”, considerou o responsável pela investigação.

“Apesar deste número enorme de furtos já efetuados, haverá outros mais que ainda não são conhecidos do processo e que podem agora vir a ser conhecidos”, sublinhou.

Segundo disse à Lusa, esta investigação tem cerca de um ano, tendo começado em Viseu, com três furtos em residências, mas no decorrer da mesma foi possível conhecer a sua dimensão nacional.

“Estamos a falar de um grupo de cerca de 30 pessoas com ligações familiares e entre famílias que sinalizam as residências, aquelas que são mais isoladas, rondam-nas e quando se apercebem que têm oportunidade de entrar acabam por fazer o furto e retirar tudo o que é de valor e fácil de dissimular e transportar, nomeadamente ouro e dinheiro”, relatou.

Nos estabelecimentos comerciais, os suspeitos, de uma forma dissimulada, no corpo ou através de sacos com proteção para não ser detetado nos alarmes, furtavam bens em lojas de roupa, de desporto, por exemplo, roupas com valor”, explicou o tenente-coronel Resende.

Depois, estes bens eram introduzidos no mercado, “através de vendas online  e através de estabelecimentos próprios para o assunto”.

“Chegaram a furtar também alimentação, e estou a falar em artigos como picanha, bacalhau, salmão, camarão, produtos com valor que depois eram introduzidos no mercado através de estabelecimentos de restauração”, acrescentou.

(Atualizada às 14:12 com declarações do tenente-coronel Adriano Resende)