O presidente do PSD defendeu esta quarta-feira ser necessário “saber a verdade e tirar consequências” sobre a alegada troca de favores entre o PS e os sociais-democratas em Lisboa, exigindo que a justiça “seja rápida e conclua” a investigação.

É impossível pactuar com a corrupção da democracia. Temos de saber a verdade e tirar consequências. Exige-se que a justiça seja rápida e conclua esta investigação”, sublinhou Luís Montenegro numa publicação na rede social Twitter.

A publicação do líder social-democrata, feita pelas 00h30 desta quarta-feira, surge após uma reportagem emitida esta terça-feira à noite pela TVI sobre uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para eleições autárquicas de 2017, de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas.

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No caso são citados o antigo presidente da Câmara de Lisboa Fernando Medina (atual ministro das Finanças), o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e o ex-deputado do PSD Sérgio Azevedo.

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A reportagem da TVI cita, por várias vezes, indícios da procuradora Andrea Marques e da Polícia Judiciária, incluindo escutas telefónicas e emails apreendidos do computador de Fernando Medina.

A peça remete ainda para “acordos políticos entre Sérgio Azevedo (PSD), Duarte Cordeiro e Fernando Medina (PS) para a colocação de pessoas em lugares para avenças e posições estratégicas” em 2017, detalhados por uma investigadora da PJ num relatório do processo Tutti Frutti.

Duarte Cordeiro afirmou esta terça-feira à noite que não foi “chamado ou ouvido pelo Ministério Público” sobre uma alegada troca de favores entre o PS e o PSD em Lisboa.

“Nunca, em nenhum momento, fui chamado ou ouvido pelo Ministério Público (MP) sobre qualquer tema relacionado com estes assuntos”, disse o ministro em resposta à Lusa sobre alegadas suspeições de favorecimento.

Duarte Cordeiro garante ainda que não teve “qualquer responsabilidade nem intervenção no processo relacionado com o projeto Torre de Picoas”, outro tema alegadamente investigado pelo MP.

“O PS nas eleições de 2017 não só não fez qualquer pacto como, aliás, ganhou mais duas freguesias do que as que tinha antes dessas eleições, uma das quais conquistada ao PSD [Avenidas Novas]”, afirmou o agora ministro do Ambiente.

Duarte Cordeiro assinala ainda que o partido “fez um outro acordo coligatório com o Partido Livre que encabeçou as listas autárquicas para a Freguesia da Estrela e Areeiro” e que na Freguesia de Santo António e Belém “as escolhas foram, desde logo, das secções do PS do território em causa”.

A Lusa contactou outros dos nomeados na reportagem, incluindo Fernando Medina, não tendo ainda obtido qualquer resposta.