A Rainha Isabel II e o marido, o príncipe Filipe, visitaram São Francisco em 1983 após passarem alguns dias em Los Angeles e no rancho particular do Presidente norte-americano Ronald Reagan. Cerca de um mês antes dessa visita chegaram ao FBI relatos de uma possível ameaça contra a monarca britânica.
O alerta chegou de um agente da polícia local (que não foi identificado), que costumava frequentar um pub irlândes. A 4 de fevereiro de 1983 recebeu um telefonema de um homem que conhecia desse estabelecimento, supostamente simpatizante do IRA — grupo nacionalista que defende a reunificação das duas Irlandas — a alegar que “a sua filha tinha sido morta na Irlanda do Norte por uma bala de borracha”.
Nas mais de 102 páginas de documentos confidenciais que foram publicamente divulgados esta segunda-feira, que são citadas pela NBC News, lê-se que “este homem também alegou que tentaria ferir a Rainha Isabel II ao atirar algum objeto da ponte Golden Gate para o iate real Britannia quando ele passasse por baixo ou que tentaria matar a Rainha Isabel II quando ela visitasse o Parque Nacional de Yosemite“.
Em resposta a esta possível ameaça à segurança da monarca que morreu em setembro do ano passado, segundo o New York Post, os serviços de informação norte-americanos delinearam planos para fechar os passadiços da ponte Golden Gate quando o Britannia se aproximasse.
A polícia avisou o FBI — ainda antes de saber da alegada ameaça — que devido aos protestos contra Reagon e contra Isabel II durante a sua visita a São Francisco seria seria “muito difícil de prever ou prevenir incidentes que possam embaraçar a Rainha ou o Presidente”. Ainda assim, nota a imprensa internacional, os documentos não mostram que alguém tenha sido detido por tentar realizar qualquer ato violento politicamente motivado contra a monarca nesta ou noutra qualquer visita.
Apesar disso, os registos do FBI refletem um potencial perigo que poderia existir para a Rainha sempre que visitou os EUA: o IRA e os seus simpatizantes.