Moçambique pode recorrer a apoios da Janela de Ação Climática, instrumento do Grupo BAD com 8,9 mil milhões de dólares para o período 2023 a 2025, logo que este esteja estruturado, revelou esta sexta-feira o vice-ministro da Economia e Finanças.
Amílcar Tavane disse que o país conseguiu “assegurar financiamentos para áreas da energia, em particular para mitigação e adaptação em face das mudanças climáticas”, como resultado de reuniões que teve com a vice-presidência do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para esta área.
“Moçambique pode submeter projetos concretos, logo que esteja pronta a arquitetura deste novo instrumento”, revelou o vice-ministro moçambicano numa breve entrevista à Lusa, à margem dos encontros anuais do BAD, nos quais participou esta semana na cidade egípcia de Sharm el Skeikh.
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“Tivemos uma discussão muito útil, fizemos ouvir a nossa voz para olharmos para as questões do financiamento climático, e não só as questões associadas aos créditos de carbono, às garantias para projetos com componente de crescimento verde”, declarou. Isto porque, realçou o governante, “não basta ter recursos”, sendo necessário preparar bem os projetos, e constatou da parte do banco um empenho “muito forte sobre matérias associadas”.
“A qualidade dos projetos faz muita diferença”, sublinhou, lembrando que 10% do valor total alocado para o período de 2023 a 2025 são para assistência técnica aos projetos.
Para impulsionar o financiamento climático e promover um desenvolvimento resiliente de África face aos efeitos das alterações climáticas, o Fundo do BAD e os seus parceiros criaram, em dezembro de 2022, a Janela de Ação Climática (Climate Action Window, na designação em inglês), destinada aos países de baixo rendimento.
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O valor é de 8,9 mil milhões de dólares (cerca de 8,3 mil milhões de euros), mais 14,24% do que a disponibilidade existente no período anterior, e 429 milhões de dólares (cerca de 400 milhões) são capital usado como semente para atrair outros investidores, desde estatais a privados, com o objetivo alcançar no total 13 mil milhões de dólares (cerca de 12,2 mil milhões de euros).
Moçambique é um país propenso à ocorrência de choques climáticos adversos, e nos últimos cinco anos, foi particularmente flagelado por uma série de ciclones que “tiveram repercussões terríveis do ponto de vista de perdas de vidas humanas, destruição de infraestruturas sócio económicas que foram feitas com muito sacrifício”, lembrou o ministro.
Por isso, a sua participação nas reuniões anuais do Grupo BAD, que terminam no Egito esta sexta-feira, centrou-se muito particularmente nesse tema e nos apoios financeiros e técnicos nas áreas preferenciais para o desenvolvimento, como estruturantes – transportes, portos, estradas – energia, agricultura e abastecimento de água.