Possivelmente, não haveria forma mais eloquente para comemorar os 110 anos da Aston Martin e os 75 anos da denominação “DB” utilizada nos modelos do fabricante de Gaydon. Para animar a festa entra em cena, já a partir do 3.º trimestre, o novo DB12, um luxuoso coupé de 2+2 lugares que sucede ao DB11 e que, por fora, não esconde as semelhanças com o seu antecessor, assumindo uma linha estilística mais de continuidade do que de ruptura.
Isso muda radicalmente das portas para dentro, pois o habitáculo em nada se assemelha ao que conhecemos da Aston Martin. Ora, essa revolução interior continua a ser abafada por um V8 de origem Mercedes-AMG, com a (grande) diferença que a potência salta dos anteriores 510 cv para uns bem mais dinâmicos 680 cv, entre as 2750 e 6000 rpm, um aumento de 34%. O binário também sobe e o peso baixa, face ao DB11, pelo que o novo DB12 não se fará certamente rogado em disputar a clientela do seu rival e conterrâneo Continental GT Speed (W12 com 659 cv e 900 Nm). Até porque as melhorias introduzidas com este DB12 lhe permitem melhorar as prestações e, no processo, ombrear dignamente com o seu adversário da Bentley.
O Aston Martin continua a passar torque e potência penas às rodas de trás através de uma caixa automática de oito velocidades com conversor de binário, enquanto o Continental GT Speed recorre a uma transmissão com o mesmo número de relações, mas de dupla embraiagem e banhada a óleo, oferecendo tracção integral. No sprint de 0 a 100 km/h fazem jogo igual (3,6 segundos) e o coupé de Crewe consegue atingir uma maior velocidade de ponta (335 km/h versus 325 km/h), apesar de ser mais pesado (2273 kg contra 1788 kg).
Com 4,725 m de comprimento, 1,980 m de largura e 1,295 m de altura, o novo Super Turismo da Aston Martin pouco muda de proporções face ao DB11, mantendo, aliás, exactamente a mesma distância entre eixos (2,805 m; menos 4,6 cm que o Bentley). Contudo, isso não o impede de beneficiar de uma série de alterações a nível da afinação do chassi, o qual usufrui de maior rigidez torcional (+7%).
E, para tornar o cocktail ainda mais delicioso de saborear ao volante, a Aston Martin trabalhou num ajuste mais directo para a direcção, montou barras estabilizadoras mais rígidas, novos amortecedores adaptativos e um diferencial traseiro electrónico. A cereja no topo do bolo é a borracha específica que reveste as jantes de 21 polegadas, 8 kg mais leves do que as anteriores de 20”. Para colar o DB12 ao solo, o coupé monta uns Michelin Pilot Sport 5S especialmente concebidos pelos franceses para este modelo, nas medidas de 275/35/ZR21 à frente e 325/30 /ZR21 atrás. O mais interessante é que a preocupação da Aston Martin chegou ao ponto de exigir a redução do ruído de rolamento, o que foi conseguido “enxertando” espuma de poliuretano na carcaça do pneu. Segundo a marca, isso baixa em 20% o ruído ouvido a bordo.
Com cinco modos de condução (GT, Sport, Sport+, Wet e Individual) para que o condutor predefina seu bel-prazer as emoções ao volante, o DB12 não se limita a acelerar. Na hora de travar, vem equipado de série com discos dianteiros de 400 mm à frente e de 360 mm atrás, neste caso perfurados para ajudar a dissipar o calor em solicitações mais intensivas. Opcionalmente, estão disponíveis travões em carbocerâmica que, além de mais resistentes ao desgaste quando sujeitos a um aquecimento de até 800ºC, permitem libertar o DB12 de 27 kg de massa suspensa, comparando com o equipamento standard.
Quanto ao interior espere o típico requinte da marca, na escolha dos materiais e na execução dos acabamentos, aliado ao luxo tecnológico. A consola central projecta-se a partir do tablier e acolhe um ecrã de 10,25 polegadas com o mais recente sistema de infoentretenimento da marca. Dispensa cabos para a conexão com Android Auto ou Apple CarPlay, é actualizável over-the-air e suportado por um sistema operativo mais rápido e avançado, sendo o primeiro sistema do género a ser desenvolvido in-house. Mas nada como ver as diferenças entre o interior do DB11 e do novo DB12. Avalie por si mesmo: