Depois da acqua alta, a acqua verde fosforescente (que sempre provoca menos transtornos).

O Grande Canal de Veneza amanheceu este domingo com uma tonalidade verde esmeralda que está a intrigar locais e turistas e está já a ser investigada por polícia e Agência Regional para a Prevenção e Proteção Ambiental da região do Veneto.

Centenas de pessoas juntaram-se na famosa ponte de Rialto para testemunhar ao vivo o cenário que foi partilhado logo pela manhã pelo presidente regional, Luca Zaia, e para assistir à operação de colheita de amostras de água para análise, supervisionada pelos bombeiros locais.

Apesar de os resultados não serem ainda conhecidos, a imprensa local aponta para uma hipotética ação de protesto levada a cabo por grupos ambientalistas — sendo que, até ao final da tarde deste domingo, nenhuma organização tinha feito qualquer reivindicação.

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Há praticamente 55 anos, a 19 de junho de 1968, o artista argentino Nicolás García Uriburu, à margem da 34.ª Bienal de Veneza, tingiu as águas do Grande Canal, também de verde fosforescente, exatamente para “chamar a atenção para a relação entre natureza e civilização e promover a consciência ecológica como parte crítica da cultura”.

Durante esse dia, as águas do Grande Canal mantiveram-se verdes. Depois, a maré baixou e voltaram ao normal.

Na altura, escreve o Met Museum, que tem em acervo uma fotografia da “instalação”, na coleção de Arte Moderna e Contemporânea, Uriburu usou fluoresceína, um corante orgânico e ecologicamente inofensivo desenvolvido pela NASA — um método bem mais plausível do que o sugerido por um utilizador bem-humorado do Twitter, que escreveu que as águas podem ter ficado assim depois de Hulk, super-herói da Marvel, lá ter tomado banho.