Quase dois terços dos portugueses (65%) defendem que o ministro das Infraestruturas não devia ter permanecido no Governo, mostra uma sondagem do ICS/ISCTE para o jornal Expresso publicada esta quinta-feira. Apenas 17% acreditam que o primeiro-ministro, António Costa, fez bem em não aceitar o pedido de demissão de João Galamba.

Entre os inquiridos, são aqueles que acabaram o ensino superior, que simpatizam com o PSD e os que se situam no centro ou à direita do espetro político que mais criticam a decisão de António Costa em não aceitar a demissão do ministro das Infraestrutura. Contudo, mesmo entre aqueles que são simpatizantes do PS, há 42% que discordam com a decisão do primeiro-ministro.

Elaborada entre 13 e 28 de maio, depois da crise no Ministério das Infraestruturas que obrigou Marcelo Rebelo de Sousa a pronunciar-se, a sondagem revela que 53% dos inquiridos concordaram com a decisão do Presidente da República em não dissolver o Parlamento. Apenas 22% defendem que o Chefe de Estado devia ter utilizado a bomba atómica, enquanto 13% consideram que o Governo deveria ter sido demitido, mas sem a realização de eleições.

São os mais velhos (62%) que mais concordam com o Presidente da República, enquanto os mais jovens (38%) são os que menos de acordo estão com Marcelo Rebelo de Sousa. Em termos ideológicos, maioria dos inquiridos de esquerda (72%) acham bem que o Governo não tivesse sido dissolvido, enquanto a percentagem entre os simpatizantes do PSD se fica pelos 49%.

Relativamente à relação entre São Bento e Belém, 56% dos inquiridos são da opinião que “vai ficar na mesma”, ao passo que 34% acreditam que vai ficar pior. Só 4% dizem que o relacionamento entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa vai melhorar.

Além disso, apesar das sucessivas crises que a legislatura tem enfrentado no último ano, 52% dos inquiridos da sondagem, que contou com 1.204 entrevistas válidas, acreditam que o Governo de António Costa vai durar até 2026, enquanto 34% opinam que o executivo pode cair.

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