No final, imperou a lógica. Os caminhos foram diferentes até chegar à final, com o Sporting a arrumar logo a eliminatória com o Óquei de Barcelos em três jogos e com o Benfica a ter de ir à negra para bater o campeão europeu FC Porto, mas os dois melhores da fase regular do Campeonato cruzaram mesmo na fase decisiva do playoff de atribuição do título, com os encarnados a começarem em casa por terem sido líderes da primeira fase. Favoritos? Ninguém queria assumir. Aliás, ninguém conseguia sequer antever o que poderia resultar do jogo 1 da final, pelo momento dos dois conjuntos e pelos resultados entre ambos esta temporada.

O penálti foi repetido, mas o título não vai ser: Benfica vence FC Porto na ‘negra’ e avança para a final

“Estamos unidos e essa é a nossa maior força. Não temos tempo para aventuras ou desvirtuarmos tudo aquilo que tem sido feito num ano de trabalho. Isso seria um tiro no pé. Temos de acreditar no trabalho que nos trouxe até aqui mas com o Sporting há algumas nuances em termos estratégicos e de posicionamento e temos de ajustar no decorrer dos jogos. Também temos de ver como o Sporting se apresenta. Estiveram sem competir uma semana e meia e isso pode dar-lhes vantagem, porque tiveram mais tempo de treinar posicionamentos e outras opções. Estamos preparados, difícil seria gerir se já estivéssemos de férias ou a decidir onde iríamos fazer praia. Poderá haver um ou outro jogador a demorar mais tempo a recuperar, mas a maioria deles são experientes e estão habituados a isso”, destacara Nuno Resende no lançamento do jogo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Uma série que continua a aumentar: Benfica vence Sporting no João Rocha e reforça liderança do Campeonato

“O fator casa é um fator importante, não há como negar e o Benfica passou à final com o quinto jogo em casa. É sempre diferente jogar com o ambiente a favor e no sítio onde se treina diariamente mas não considero que seja decisivo. Ainda agora vimos o basquetebol do Sporting a ganhar na Luz e há muitas coisas que se podem fazer para diminuir a importância disso. Temos todos os jogadores disponíveis e com muitas ganas. Estamos onde queríamos estar, a lutar pelo título, e vamos jogar a final contra um grande adversário, que tem uma equipa muito boa. Estamos preparados e temos de mostrar isso quando entrarmos na pista. Eles são muito potentes fisicamente e temos de lhes ganhar nos duelos físicos”, apontara Alejandro Domínguez.

Sporting elimina Benfica da Taça de Portugal de hóquei num jogo em que “toda a malta gritou e até o padre ajudou”

Até aqui, Benfica e Sporting tinham realizado “apenas” três jogos na presente temporada, com vitórias dos encarnados na fase regular do Campeonato (5-1 na Luz e 3-1 no João Rocha, numa partida que foi marcada pela agressão de Ângelo Girão a Lucas Ordóñez antes do início) e triunfo dos leões nos oitavos da Taça de Portugal também no João Rocha (5-1). Agora, o Pavilhão da Luz assistiu num ambiente frenético ao duelo mais equilibrado até ao momento entre ambos, com os encarnados a ficarem perto do 3-2 num golo anulado, os leões a roçarem a reviravolta num remate nos últimos instantes de Romero que bateu no poste e depois na trave e Carlos Nicolía, o mais experiente em pista, a decidir na segunda parte do prolongamento de livre direto (4-2), colocando o Benfica em vantagem numa final que prossegue no domingo em Alvalade.

“Isto não é a Argentina. Dei-te duas, ainda falta uma”: Ângelo Girão castigado com cinco jogos após agredir Lucas Ordóñez

Os encarnados começaram da melhor forma o encontro, podendo chegar a um resultado que seria complicado de recuperar: Roberto di Benedetto inaugurou o marcador após um bom trabalho individual (4′), Lucas Ordóñez desperdiçou um livre direto por cartão azul a Toni Pérez (5′), Carlos Nicolía também não conseguiu converter uma bola parada após um azul a Matías Platero (9′) e só mesmo Pablito Álvarez conseguiria chegar ao 2-0 em situação de power play, numa jogada com os compatriotas Nicolía e Ordóñez (10′). O jogo entrou depois numa toada mais morna, com o Sporting a tentar reduzir a desvantagem e o Benfica a procurar saídas rápidas em transição, sendo que os leões, já depois de falharem um livre direto por Ferran Font por azul a Di Benedetto (23′), conseguiram ainda chegar ao 2-1 em power play por Verona (24′).

O segundo tempo foi tendo oportunidades nos dois lados até um final de loucos onde a vitória poderia ter caído para os dois lados depois de Nolito Romero ter feito o empate a seis minutos do final com um remate cruzado a partir da esquerda, com Gonçalo Pinto a ver um lance de golo invalidado após revisão da jogada e entendimento que a bola não tinha passado a linha de golo (48′) e mais um tiro de Romero que bateu no poste e na trave mas não entrou (49′). Assim, o encontro seguiria mesmo para prolongamento e aí seriam mesmo as bolas paradas a fazer a diferença com Nicolía a marcar de livre direto após a décima falta dos leões (57′) e a bisar na partida depois de mais um livre direto na sequência de outro azul a Platero (59′).