A banda New Order estava já a mais de meio do concerto quando o público que se deslocou até ao Primavera Sound Porto este sábado à noite deixou de ouvir qualquer som vindo do palco.
Os britânicos estavam em plena “True Faith” quando ficaram sem pio. Primeiro, o público que assistia ao concerto ainda assumiu que a banda o tivesse feito de propósito para escutar o coro que prontamente continuou a cantar os versos da canção de 1987, do álbum Substance.
Mas os gestos dos músicos, ampliados nos dois ecrãs, eram reveladores: abanavam os braços e a cabeça em sinal negativo. A confirmação chegou quando o vocalista tocou com as mãos no microfone, sem qualquer efeito sonoro.
Na plateia escutavam-se apupos à organização — nesta edição somam-se críticas, desde a polémica nova disposição do novo recinto, o lamaçal à la Glastonbury ou a falta de visibilidade e problemas de som no palco Porto, o principal.
No palco Vodafone, onde atuavam os New Order, as luzes acabariam por ser desligadas. Cinco longos minutos depois, o público respirou de alívio e voltou a escutar a canção que havia ficado a meio. Um até então sorridente Bernard Sumner continuou a música de mão na anca, mas dentro de poucos versos eis um novo apagão sonoro.
A banda acabaria por abandonar o palco e só regressar mais tarde, pedindo “figas” para que fosse possível terminar o concerto. Fizeram-no com “Blue Monday”, “Temptation”, “Love Will Tear Us Apart”, dos Joy Division, e um público com o coração nas mãos.
“Obrigado por terem sido pacientes com estes problemas”, agradeceu Sumner na despedida.
Já na madrugada, a organização do festival enviou um comunicado à imprensa explicando que “devido a um problema num dos quadros elétricos, muito provavelmente causado pelos primeiros dois dias de mau tempo, parte do equipamento elétrico dos New Order foi, infelizmente, afetado”. A situação, segundo o mesmo documento, “foi resolvida”.