O atual Presidente da Serra Leoa e o seu principal opositor defrontam-se este sábado nas eleições das quais sairá o próximo chefe de Estado, num país onde quase 60 por cento da população vive na pobreza.

As eleições são gerais — presidenciais, parlamentares e municipais —, mas a corrida presidencial centra as atenções dos 3,4 milhões de eleitores, que podem escolher entre 13 candidatos ao cargo, dos quais apenas dois, contudo, têm hipóteses de vitória.

O atual Presidente, Julius Maada Bio, e o principal líder da oposição, Samura Kamara, voltam a defrontar-se depois de em 2018, Bio, 59 anos e líder do Partido Popular da Serra Leoa (SLPP), no poder, ter vencido à segunda volta.

Samura Kamara, de 72 anos, líder do Congresso de Todos os Povos (na oposição), ex-governador do Banco Central, antigo ministro das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, procura a desforra da derrota anterior.

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Na Serra Leoa, quase 60% da população vive na pobreza e o aumento do custo de vida tem alimentado a violência, reprimida pelas forças de segurança, que em agosto do ano passado resultou na morte de dezenas de pessoas.

Nos últimos dias, os protestos têm crescido nas ruas, face à frustração da população devido à crise económica que assola o país, e com exigências de eleições justas.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a União Africana (UA) já manifestaram preocupação por “atos violentos e de intimidação registados em algumas zonas do país”.

As dificuldades económicas não levarão necessariamente a uma derrota do atual Presidente, segundo uma sondagem realizada a 14 de junho pelo Instituto para a Reforma da Governação (IGR), que lhe atribuiu 56% dos votos contra 43% do seu principal adversário, Samura Kamara.

O vencedor precisa de obter 55% dos votos para ganhar logo na primeira volta das eleições, caso contrário terá de haver uma segunda volta.