Catorze militares, três polícias, incluindo um ex-oficial demitido, e dois civis foram detidos e estão a ser processados na Serra Leoa por “subversão”, enquanto outras oito pessoas continuam a ser procuradas, anunciou esta terça-feira a polícia.

A polícia da Serra Leoa anunciou há uma semana a detenção de várias pessoas, incluindo oficiais do exército, que acreditava estarem a planear ataques violentos um ano após a violência de agosto de 2022, que provocou mais de 30 mortos.

Polícia da Serra Leoa detém militares suspeitos de preparar golpe de Estado

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Os suspeitos planeavam utilizar as manifestações pacíficas previstas para esta semana “como pretexto para lançar ataques violentos contra as instituições do Estado e os cidadãos pacíficos”, acusou o inspetor-geral da polícia, William Fayia Sellu, em conferência de imprensa.

Dos 14 membros das forças armadas detidos, oito são oficiais superiores e seis são oficiais subalternos, acrescentou Fayia Sellu. O dirigente disse ainda que estava em curso uma “caça ao homem” para deter mais cinco militares e três agentes da polícia. “A polícia reforçou a segurança e o serviço de informações em todo o país”, acrescentou.

O inspetor-geral disse que a Serra Leoa tinha pedido a colaboração da Interpol para ajudar a localizar quaisquer suspeitos que pudessem estar no estrangeiro. Na segunda-feira, o ministro da Informação da Libéria, Ledgerhood Rennie, disse à agência France-Presse que Mohammed Yaetey Turay, um ex-funcionário da polícia demitido em 2020, tinha sido detido naquele país a pedido das autoridades da Serra Leoa.

O ministro da Informação da Serra Leoa, Chernor Bah, confirmou que a detenção de Turay estava ligada “aos planos que a Segurança do Estado tinha descoberto por parte de certos indivíduos para minar a paz do Estado e desencadear a violência contra os nossos cidadãos”.

A inflação e a exasperação com o governo levaram a tumultos em 10 de agosto de 2022, nos quais foram mortos 27 civis e seis polícias. A organização Amnistia Internacional afirmou ter recolhido testemunhos que alegam o “uso excessivo da força” e condenou as restrições à internet.