O primeiro-ministro português, António Costa, diz que não estará disposto a aceitar um cargo europeu se isso colocar “em causa a estabilidade em Portugal”. Ainda assim, há um cenário em que Costa poderá deixar a liderança do PS antes das próximas legislativas: garantir que deixa uma situação no país em que o partido volte a ganhar as eleições.

Em declarações ao jornal Público, António Costa reagiu assim às notícias que, nos últimos dias, têm desenhado um contexto cada vez mais favorável para que o primeiro-ministro português esteja numa short list para a presidência do Conselho Europeu.

“Eu sou o garante da estabilidade. Já expliquei a todos que não aceitarei uma missão que ponha em causa a estabilidade em Portugal”, respondeu Costa. “Alguma vez eu poria em causa a estabilidade que tão dificilmente conquistei?”

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Em 2019, António Costa assumiu ter sido convidado para cargos de topo na União Europeia, mas recusou o cargo de presidente do Conselho Europeu em nome de um compromisso “com os portugueses”. Seria então eleito o primeiro-ministro belga Charles Michel para o cargo.

Contudo, a ideia de um futuro nas instituições europeias tem pairado permanentemente sobre António Costa — e o cenário na Europa coloca o primeiro-ministro português entre os principais favoritos. O Presidente da República, por seu turno, já deixou claro que uma saída antecipada de Costa para as instituições europeias conduzirá Portugal a eleições antecipadas.

De acordo com o Público, que ouviu Costa, o primeiro-ministro português diz que não pretende aceitar cargos que comprometam a estabilidade em Portugal — e estará totalmente focado não só nos objetivos relacionados com a estabilização orçamental do país, mas também na consolidação do PS.

Primeiro-ministro desde 2015, António Costa não descarta mesmo a possibilidade de voltar a candidatar-se para um novo mandato — seria o quarto —, mas também poderá deixar a liderança do PS. Para isso, escreve o Público, António Costa pretende deixar o país numa situação de estabilidade “orçamental, económica e social” que permita uma vitória socialista nas próximas eleições.