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Alexis Tsipras demitiu-se esta quinta-feira do cargo de líder do partido de esquerda Syriza, na sequência de uma pesada derrota nas eleições legislativas da Grécia, realizadas no domingo, avançou a agência Reuters. É esperado que o político faça um discurso oficial ainda esta quinta-feira.
No domingo, o partido Nova Democracia, liderado por Kyriakos Mitsotakis e no poder de 2019 até final de maio deste ano, recolheu 40,55% dos votos, ou seja, mais do dobro que o seu principal adversário, o Syriza de Alexis Tsipras, segundo resultados parciais correspondentes a mais de 97% dos votos.
O Syriza obteve apenas 17,84% dos votos — perdendo quase metade do apoio nos últimos quatro anos. Este resultado garante à direita grega 158 dos 300 assentos do parlamento monocameral.
“Foi uma batalha difícil […], o resultado é evidentemente negativo para nós. Terminou um grande ciclo histórico para o partido“, referiu o agora ex-líder do partido de extrema-esquerda após ter conhecido os resultados das eleições legislativas. O mesmo responsável apelou aos membros partidários para “julgarem a sua liderança”.
Tsipras assumiu a liderança do Syriza em 2009 e foi primeiro-ministro grego de 2015 a 2019 durante anos politicamente tumultuosos, enquanto o país lutava para permanecer na zona euro e acabar com uma série de resgates internacionais.
Após a derrota eleitoral, nenhum membro proeminente do partido apelou publicamente a Tsipras para se demitir, embora Euclid Tsakalotos, antigo ministro das Finanças do Syriza, o tenha instado a refletir sobre os resultados e a “tomar as medidas necessárias”.
Effie Achtsioglou, ex-ministra da Segurança Social, de 38 anos, recebeu apoio de uma secção do partido para procurar um papel de liderança, mas não discutiu publicamente os seus planos.
Os analistas gregos atribuíram o mau resultado eleitoral do Syriza à campanha amplamente negativa do partido, ao ressurgimento do Pasok, um partido socialista tradicionalmente forte, e ao aparecimento de partidos dissidentes liderados por antigos aliados de Tsipras.
Em grande parte devido aos ferozes confrontos políticos durante os resgates internacionais de 2010-2018, o Syriza e os socialistas não conseguiram chegar a qualquer acordo sobre uma potencial colaboração, apesar do apoio de alguns membros seniores de ambos os partidos.