Israel iniciou a maior operação militar aérea e terrestre esta segunda-feira na cidade ocupada de Jenin, na Cisjordânia. É a maior operação militar na Palestina dos últimos anos com a violência a aumentar devido ao conflito, noticiou a Al Jazzera.

Pelo menos oito palestinianos foram mortos e 28 ficaram feridos na sequência de um ataque realizado por Israel, que começou por volta da uma da manhã desta segunda-feira. O ministério da Saúde da Palestina informou que o número de mortos deve continuar a aumentar à medida que se vão registando explosões e tiroteios.

Os responsáveis pela ofensiva de Israel já assumiram que o alvo é um importante centro de comando do grupo militar da Brigada de Jenin, no campo de refugiados da cidade, que reúne todas as milícias de todas as facções para combaterem em conjunto as tropas israelitas. Também é usado como centro de observação, coordenação e planeamento, depósito de armas e explosivos e esconderijo de outros milicianos envolvidos em ataques.

“Estamos a atacar [este] centro terrorista com força”, justificou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Eli Cohen.

Os habitantes dizem que Israel lançou pelo menos 10 ataques aéreos durante a madrugada. Dezenas de veículos blindados israelitas cercaram o campo de refugiados durante uma operação militar terrestre que causou danos a casas e estradas da região e envolveu “cerca de 150 veículos blindados e 1.000 soldados da força especial e militares”, revela o correspondente da Al Jazeera, em Jerusalém.

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O ministério da Saúde identificou o nome de quatro mortos e verificou que todos foram baleados com tiros na cabeça e no peito. Vários dos feridos estão em situação crítica.

O chefe de cirurgia do Hospital Ibn Sina, em Jenin, afirmou que “continuam a existir várias pessoas feridas no campo e que as equipas médicas estão com dificuldades em chegar [até elas]”. “As coisas estão sob controlo até ao momento mas existe receio de uma subida do número de feridos. Estamos em contacto com outros hospitais para disponibilizar cuidados intensivos e salas de cirurgia”, acrescentou.

Esta é a maior operação militar israelita desde a Batalha de Jenin em 2002, quando mais de 50 palestinianos e 23 soldados de Israel foram mortos.

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