As imagens partilhadas nas redes sociais, por meios de comunicação e anónimos, não deixam qualquer dúvida sobre a violência das consequências das chuvas torrenciais em cidades dos estados norte-americanos de Nova Iorque e Vermont, nordeste dos EUA. Uma análise feita pelo jornal New York Times garante que as chuvas foram tão intensas que é possível fazer uma comparação com a tempestade tropical Irene que ocorreu em 2011.

Na noite de domingo a tempestade provocou o caos na cidade de Nova Iorque, principalmente no Vale do Hudson, local onde uma mulher de 35 anos morreu ao ser arrastada para uma ravina, enquanto saía de casa na tentativa de salvar o seu cão, depois de perder o equilíbrio.

A tempestade obrigou ao corte dos transportes entre a cidade de Nova Iorque e a região norte do estado. Os carris da Metro-North Railroad tiveram de ser bloqueados devido ao elevado número de árvores caídas, pedras, lama e água. As estradas ficaram intransitáveis ​​e várias pontes foram danificadas.

Kathy Hochul, governadora de Nova Iorque, visitou a cidade de Highland Falls que também foi atingida pelo que a governante definiu como um “evento climático extraordinário”. Perante os jornalistas, disse que “os ataques, feitos há várias gerações, contra a Mãe Natureza estão a ter troco”: “A Mãe Natureza está a vingar-se de nós”.

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Segunda-feira, o mau tempo atingiu o estado de Vermont. Várias pequenas cidades ficaram isoladas por longos rios, tal como aconteceu em março de 2011 com a passagem da tempestade Irene. A chuva que caiu corresponde ao que seria suposto ver durante todo o mês de julho, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia americano.

“O que é diferente para mim é que a Irene durou cerca de 24 horas”, confessou governador de Vermont, Phill Scott, que teme que o nível de precipitação ultrapasse o de março de 2011, visto que é previsto que as chuvas torrenciais continuem vários dias.

Na capital do estado, Montpelier, o rio Winooski deve atingir já esta terça-feira o segundo nível mais alto de sempre, segundo as previsões do Serviço Nacional de Meteorologia. Ao contrário do que aconteceu com Irene, existem agora 12 equipas de salvamento em águas rápidas, contra as quatro que atuaram em 2011.

Com Irene ainda “muito fresca na mente de todos” o chefe dos Bombeiros, David Green, sublinha que foi fácil pedir aos moradores para evacuarem as casas, com receio que acontecesse o mesmo. No entanto, nem sempre aconteceu, havendo relatos na imprensa norte-americana de uma moradora que se recusou a abandonar a sua casa apesar das inundações.

Canadá: combate aos incêndios vs inundações

As chuvas torrenciais estão a ajudar a combater os incêndios no Canadá. Segundo a agência meteorológica canadiana Environment and Climate Change, o ar quente e  húmido vindo do Golfo do México e dos Estados Unidos leva consigo humidade — um fator importante para mitigar os fogos. A precipitação ajuda igualmente a dissipar o fumo.

No entanto, há más notícias. Na cidade de Quebec, uma vez que o solo se encontra bastante seco é possível que com as próximas chuvas, que se esperam a partir de quinta-feira, os solos não consigam reter a grande quantidade de água e ocorram inundações.