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O co-fundador da Altice Armando Pereira está indiciado por seis crimes de corrupção ativa, um de corrupção passiva e quatro de branqueamento de capitais, mas não de fraude fiscal. Em declarações aos jornalistas, o advogado Magalhães e Silva confirmou esta quarta-feira que são 11 os crimes de que o seu cliente é indiciado.
“Aquilo que se tem dito continuadamente que é uma monumental fraude fiscal, não está imputada ao senhor Armando Pereira que não tem nenhuma acusação de fraude fiscal, mormente aquela coisa astronómica que tem sido referido em tudo o que é comunicação social que seria da responsabilidade dele, que não é”, declarou Magalhães e Silva, à porta do tribunal, onde Armando Pereira deverá ser esta tarde ouvido, a partir das 14 horas.
Já Hernâni Vaz Antunes é indiciado por crimes de corrupção, branqueamento de capitais e de fraude fiscal. Segundo a CMTV o empresário é suspeito de 20 crimes.
Há uma teia de empresas com negócios com a Altice que está sob investigação
Já na terça-feira, os advogados de Armando Pereira fizeram chegar às redações um comunicado, via agência de comunicação JLM, dizendo que “o empresário Armando Pereira, conhecido e respeitado no setor de telecomunicações da Europa, foi alvo de um ataque generalizado em Portugal nos últimos dias. A comunicação em torno desta operação foi feita de tal forma que levou a que tenha sido imediatamente considerado culpado na opinião pública. Chegou, portanto, a hora de a defesa demonstrar que a realidade não é tão simples e que é muito diferente do que tem sido veiculado”. E dizia, nesse comunicado, que Armando Pereira “tudo fará para ajudar as autoridades judiciais. O seu objetivo, e dos seus advogados, é que as investigações prossigam agora, considerando as informações prestadas pela defesa”. Assinavam este comunicado Pedro Marinho Falcão, (da Cerejeira Namora Marinho Falcão), Manuel Magalhães e Silva, (da RBMS) e Jean Tamalet, (King & Spalding).
Esta investigação, denominada Operação Picoas, tem, neste momento, quatro arguidos detidos — Jessica Antunes, filha de Hernâni Vaz Antunes, Álvaro Gil Loureiro, que trabalha e é acionista em várias sociedades investigadas, Armando Pereira, cofundador da Altice, e Hernâni Vaz Antunes que não tendo sido localizado num primeiro momento acabou por se entregar às autoridades.
Esta quarta-feira, o juiz Carlos Alexandre começou a ouvir Armando Pereira, sendo que, ao que o Observador apurou, o interrogatório continuará esta quinta-feira. Hernâni Vaz Antunes deve ser ouvido depois da paragem para almoço, sendo que, de momento, não há data prevista para anúncio das medidas de coação.