Itália está a passar por um período desafiante em termos meteorológicos que já fez cinco mortes. No norte do país, a população enfrenta fortes tempestades, enquanto na região centro e no sul os bombeiros tentam controlar as chamas dos incêndios florestais. Tudo isto enquanto atravessa uma onda de calor.

É uma combinação difícil, reconhece o ministro Nello Musumeci, responsável pela pasta da Proteção Civil. “Em Itália, estamos a passar por um dos dias mais complicados das últimas décadas: aguaceiros, tornados e granizo no Norte; calor tórrido e incêndios devastadores no centro e no sul”, declarou o governante esta terça-feira, citado pela agência ANSA.

Em Milão, uma tempestade violenta afetou a cidade durante a madrugada. O Corriere della Sera refere que muitos habitantes foram acordados pelo som de vento e trovões. “Nunca vi nada assim, parece o apocalipse”, era possível ler nas redes sociais.

A tempestade derrubou árvores, causando a destruição de vários carros e de postes de eletricidade. Várias ruas ficaram intransitáveis e os transportes públicos, especialmente os autocarros e elétricos, tiveram fortes constrangimentos na circulação. Há ainda registo de 11 creches afetadas pelas cheias na sequência da tempestade.

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No Facebook, Beppe Sala, o presidente da Câmara de Milão, partilhou algumas imagens sobre os trabalhos de limpeza, falando em “centenas de homens e mulheres” a trabalhar para “regressar à normalidade”. O autarca aconselhou ainda a população a evitar deslocações a espaços públicos, devido aos receios de queda de árvores.

Na região da Lombardia, há ainda registo da morte de uma mulher e de uma adolescente de 16 anos. A jovem estava num campo de escuteiros em Cedegolo e morreu quando uma árvore caiu na tenda onde dormia.

“É com grande tristeza que tomo conhecimento da trágica notícia de dois acidentes provocados pelo mau tempo, em que uma rapariga de 16 anos morreu num acampamento de escuteiros em Brescia (norte) e uma mulher em Lissone (norte) devido à queda de árvores”, escreveu a chefe do Governo, Giorgia Meloni, numa mensagem na rede social Twitter.

Esta região italiana já anunciou que vai pedir que seja declarada situação de emergência devido ao mau tempo, numa altura em que as primeiras estimativas apontam para custos acima de 100 milhões de euros.

Um hospital evacuado e um aeroporto isolado em Palermo

Noutros pontos de Itália, são as chamas a preocupar as autoridades. Um incêndio de grandes dimensões deflagrou nas proximidades do aeroporto de Palermo, na Sicília, obrigando ao encerramento temporário do Falcone Borsellino na madrugada desta terça-feira.

O aeroporto reabriu durante a manhã, poucos minutos antes das 10h (hora de Lisboa), já cerca das 11 horas em Palermo, ainda que com algumas limitações, sendo que os transportes ferroviários também foram afetados.

Os corpos de duas pessoas, de cerca de 70 anos, foram encontrados carbonizados numa casa em chamas e uma mulher de 88 anos morreu perto de Palermo, noticiaram os meios de comunicação social na terça-feira à noite.

As elevadas temperaturas continuam, com os termómetros a alcançar os 47,6 ºC na região e há 16 cidades italianas estão em alerta vermelho.

(notícia atualizada às 7h58 do dia 26 de julho com novo balanço do número de mortes)