A Ucrânia celebrou-o, mas durante vários meses manteve o silêncio. Esta quarta-feira, o líder dos Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU), Vasyl Malyuk, confirmou: Kiev esteve envolvido no ataque de outubro do ano passado à ponte de Kerch, que liga ao território russo a península da Crimeia, anexada pelo Kremlin em 2014.

“Os oficiais do SBU têm destruído o inimigo nos pontos mais quentes e fazem tudo para libertar o nosso território o mais cedo possível. A destruição da ponte da Crimeia é uma das nossas conquistas”, admitiu Malyuk, citado pela agência Reuters. “”

Vasyl Malyuk confirmou o envolvimento do SBU durante a apresentação de um selo comemorativo em Kiev, para assinalar as atividades dos serviços especiais ucranianos e a sua contribuição para a defesa do país. “Há diferentes missões, operações especiais. Vamos poder falar de algumas delas publicamente em alta voz após a vitória. Não vamos falar sobre outras”, admitiu.

A 8 de outubro do ano passado, uma forte explosão destruiu parcialmente a ponte do estreito de Kerch, provocando três mortos. A estrutura é um dos grandes símbolos da ocupação russa da Crimeia, foi o próprio Presidente russo que a inaugurou em 2018 ao volante de um camião.

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Na altura o Kremlin descreveu o ataque como um “ato terrorista” perpetrado pelos ucranianos, que se remeteram ao silêncio. A estrutura esteve vários meses a ser reparada, mas voltou a ser alvo de um ataque em junho. Sobre esta recente ofensiva, Malyuk não se pronunciou, deixando em aberto a possibilidade de o SBU estar envolvido. Para já a Ucrânia parece querer manter a ponte sobre a sua mira.

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