Um grupo de arqueólogos acredita ter identificado as ruínas do teatro privado de Nero. A descoberta foi feita sob um jardim de um palácio do período renascentista, o Palazzo della Rovere, em Roma.

Datado do século XV, o edifício, localizado perto do Vaticano, foi construído sob o local onde ficava o jardim de Agripina, a Velha, neta de Augusto e avó de Nero. Em 1949, o palácio foi doado à Ordem do Santo Sepulcro pelo Papa Pio XII.

“Esta é uma descoberta excecionalmente importante, que revela um edifício extraordinário da era júlio-claudiana — o teatro onde Nero praticava as suas recitações poéticas e canções”, declarou Daniela Porro, chefe dos arqueólogos em Roma, ao The Times.

Porro explicou ao jornal que o teatro privado do imperador, onde se acredita que Nero terá tocado a sua lira enquanto Roma ardia, em 64 d.C., aparece documentado em várias fontes romanas, como Plínio, o Velho ou Suetónio, mas que nunca tinha sido identificado.

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“Tinha uma capacidade significativa, provavelmente para uma audiência de várias centenas de pessoas”, afirmou Alessio De Cristofaro, um dos arqueólogos que coordenou a escavação, acrescentando que a construção tinha os mesmos acabamentos luxuosos que a Domus Aurea, um vasto complexo palaciano mandado construir pelo imperador no Monte Opiano depois do grande incêndio de Roma ter destruído parte da cidade.

“Tinha colunas estriadas em mármore africano, colunas em alabastro e paredes decoradas com folha de ouro”, acrescentou o arqueólogo.

Marzia Di Mento, outra arqueóloga responsável pela escavação arqueológica, explicou ao The Times que as ruínas do teatro vão ser novamente soterradas assim que todos os objetos sejam removidos. “O impacto dos elementos já começou a danificar as estruturas”, disse a especialista, acrescentando que a proximidade com o Rio Tigre também é um problema.

Todos os achados serão expostos no Palazzo della Rovere.