É o maior monumento de Kiev: tem mais de 60 metros de altura e pesa 560 toneladas. Representando a Mãe Pátria, a estátua representa uma mulher com uma espada numa mão e na outra um escudo com o símbolo da União Soviética. Contudo, este último elemento tem os dias contados: o Ministério da Cultura ucraniano decidiu retirar a foice e o martelo, substituindo-o pelo tridente da Ucrânia — e brasão de armas do país.

Os trabalhos começaram este domingo, após a luz verde dada pelo governo há duas semanas, e faz parte do designado processo de descomunização da Ucrânia, iniciado após a independência do país e que tem sido reforçada depois da invasão russa, tentando afastar a identidade cultural ucraniana da União Soviética e da Rússia.

A decisão foi, aliás, apoiada por grande parte da população. Em julho de 2022, o Ministério da Cultura ucraniana fez uma sondagem através de uma aplicação para telemóveis, em que votaram cerca de 780 mil pessoas. Como lembra o Kyiv Independent, um total de 85% votaram a favor da retirada do brasão de armas da União Soviética, ao passo que 6% consideraram que se deveria manter.

Em maio deste ano, o Parlamento ucraniano votou unanimemente a favor da retirada de monumentos soviéticos, incluindo o brasão de armas soviético na Mãe Pátria. Para os deputados da Ucrânia, o passado comunista e relativo ao domínio da União Soviética não devem ser parte da herança cultural do país — e devem ser apagados.

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Relativamente às obras da Mãe Pátria, o Ministério da Cultura espera que estejam finalizadas a 24 de agosto do próximo ano, dia em que se celebra o dia da independência da Ucrânia. Contudo, o tridente que vai substituir o brasão de armas ucraniano já está a ser construído, mostrou Oleksandr Tkachenko, antigo ministro da Cultura ucraniano (demitido na semana passada), na sua conta pessoal do Twitter.

“É um projeto histórico de redefinir e livrar do sovietismo do espaço público”, definiu Oleksandr Tkachenko.