Um juiz formalizou no domingo a detenção de Nicolás Petro, o filho mais velho do Presidente colombiano, Gustavo Petro, por suspeitas dos crimes de branqueamento de capitais e enriquecimento ilícito, informou o Ministério Público colombiano. Um juiz de um tribunal de Bogotá decretou como legais os procedimentos de detenção de Nicolás Petro e da sua ex-mulher, Daysuris Vásquez, realizados no sábado, em Barranquilla, capital do Departamento do Atlântico (norte).

A decisão judicial também confirmou a legalidade das “buscas, registo e apreensões para efeitos de identificação de elementos que sejam úteis à investigação e que adquiram a qualidade de material probatório ou prova física”, informou o Ministério Público. De acordo com um comunicado, o tribunal reafirmou, numa audiência que durou oito horas, que “todos os requisitos constitucionais e legais foram cumpridos no procedimento” de detenção.

O Ministério Público disse ainda que irá, possivelmente na terça-feira, acusar formalmente Nicolás — deputado na Assembleia do Departamento do Atlântico — de branqueamento de capitais, enriquecimento ilícito e violação dos dados pessoais da ex-mulher.

No início de março, Daysuris Vásquez acusou Nicolás Petro de ter recebido uma grande quantia de um traficante de droga para a campanha eleitoral presidencial do pai e de, posteriormente, ter ficado com o dinheiro. A ex-mulher de Nicolás Petro garantiu, em entrevista à revista Semana, que o narcotraficante Samuel Santander Lopesierra — conhecido como “homem Marlboro” — entregou ao filho do Presidente “mais de 600 milhões de pesos [cerca de 138 mil euros] para a campanha do pai“.

“Isto nunca chegou à campanha legalmente porque [Nicolás Petro] ficou com este dinheiro“, acrescentou a ex-mulher, sublinhando que o ex-marido também recebeu 200 milhões de pesos (cerca de 46 mil euros) do polémico empresário Alfonso “Turco” Hilsaca. Este valor, segundo Daysuris Vasquez, também não foi entregue à campanha de Gustavo Petro. O Presidente da Colômbia afirmou no sábado que “não vai intervir ou pressionar” as decisões do Ministério Público.

“Como pessoa e como pai, dói-me muito tanta autodestruição e o facto de um dos meus filhos ir para a prisão. Como Presidente da República, asseguro que o Ministério Público tem todas as garantias da minha parte para proceder de acordo com a lei”, disse Gustavo Petro, na rede social X (antigo Twitter). Em 21 de março, o Ministério Público anunciou que estava a investigar criminalmente Nicolás Petro por supostos encontros na prisão com narcotraficantes e por “possível branqueamento de capitais”.

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