Três bailarinas que acompanharam Lizzo alegaram que a cantora as assediou sexualmente e que criou um ambiente de trabalho hostil com assédio sexual, racial e religioso. As alegações terão como base uma série de acontecimentos ocorridos entre 2021 e 2023 e as bailarinas moveram mesmo um processo no início desta semana.

Lizzo reagiu às alegações esta quinta-feira através de um comunicado publicado na sua conta de Twitter. “Eu sei o que é ser envergonhada por causa do corpo diariamente e nunca iria criticar ou despedir um empregado por causa do seu peso”, afirmou a cantora. “Os últimos dias têm sido terrivelmente difíceis e extremamente dececionantes. A minha ética de trabalho, moral e respeito foram questionados. O meu carácter foi criticado”, escreveu a cantora, lembrando que normalmente não responde a “falsas alegações”, mas “estas são tão inacreditáveis como soam e demasiado absurdas para não serem respondidas”. Lizzo caracteriza as queixas como “histórias sensacionalizadas”.

A cantora descreve-se como “muito apaixonada” em relação ao que faz e diz que “com a paixão vem o trabalho duro e altos padrões. “Às vezes tenho de fazer escolhas difíceis, mas nunca é minha intenção fazer ninguém sentir-se desconfortável ou como se não tivessem valor como parte importante da equipa.” Lizzo afirma que não quer ser vista como “vítima”, mas também não é “a vilã que as pessoas e os media têm estado a retratar”. Diz ser muito aberta em relação à sua sexualidade e que não há nada que leve mais a sério do que o respeito que as mulheres merecem no mundo.

As bailarinas autoras deste caso são Arianna Davis, Crystal Williams e Noelle Rodriguez, representadas pelo advogado Ron Zambrano. As duas primeiras competiram no reality show de Lizzo, Watch Out for the Big Grrrls, em 2021. Depois atuaram com a cantora, mas viriam a ser despedidas. A terceira bailarina também foi contratada em 2021 e despediu-se no ano seguinte.

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“A natureza impressionante de como Lizzo e a sua equipa de gestão trataram as suas performers parece ir contra tudo o que a Lizzo defende publicamente, enquanto em privado ela envergonha as suas bailarinas por causa do peso e diminui-as de formas que não são apenas ilegais, mas são também absolutamente desmoralizantes”, afirmou Zambrano em comunicado, citado pelo Guardian.

As bailarinas comentaram a reação de Lizzo afirmando que estão “chocadas” com a negação das alegações por parte da cantora. Numa entrevista a um canal britânico o trio de bailarinas disse que o comunicado da cantora é “desmoralizante”. “Inicialmente para mim, aprofundou simplesmente o meu desapontamento no que toca a como eu me senti e como fui tratada”, disse Crystal, citada no Daily Mail. Outra bailarina, Arianna, confirmou que “dói mais” pelo facto de Lizzo ser uma por pessoa que ela admirava.

As visadas deste processo são, além a cantora Lizzo (cujo nome legal é Melissa Viviane Jefferson), a sua empresa de produção Big Grrrl Big Touring Inc Management e a a capitã das bailarinas Shirlene Quigley.

O processo inclui várias queixas, nomeadamente que a cantora, alegadamente, pressionou uma bailarina a tocar uma pessoa nua num bar e que forçou várias bailarinas a fazerem parte de uma audição de 12 horas, segundo relata o The Guardian. A capitã de dança de Lizzo, Shirlene Quigley, terá usado as suas crenças cristãs para insultar as performers que tiveram relações sexuais antes do casamento e o seu nome volta a ser alvo das queixosas que a acusam de ter simulado sexo oral, falado sobe a virgindade de uma bailarina e ter partilhado em excesso “os seus hábitos de masturbação e a vida sexual com o marido”.

A produtora de Lizzo, Big Grrrl Big Touring, Inc Management, é acusada de assédio sexual por “tratar membros negros da equipa de dança de forma diferente dos outros”, cita o The Guardian.