O PCP/Açores afirmou esta segunda-feira que a privatização da Azores Airlines, companhia responsável pelas ligações com o exterior do arquipélago, constitui “um rude golpe na autonomia”, considerando que o processo de alienação é “cada vez mais opaco”.

“O PCP Açores tem vindo afirmar que a tão badalada e agora anunciada privatização constitui um processo cada vez mais opaco: uns meses atrás o prazo de entregas de propostas para a privatização fora adiado, tendo sido anunciado um grande número de interessados, e afinal aparecem agora apenas dois consórcios, cujas propostas deverão ser remodeladas“, sustenta o partido.

Em 7 de março, o executivo açoriano revelou que o caderno de encargos da privatização da Azores Airlines previa uma alienação de no mínimo 51% e, no máximo, 85% do capital social da companhia pública regional.

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Na semana passada, foram apresentadas duas propostas, pelo Atlantic Consortium (formado pelas empresas Vesuvius Wings, White Airways, Old North Ventures, Consolidador e EuroAtlantic Airways) e pelo consórcio NewTour/MSAviation, que ofereceram 6,50 euros por cada ação da companhia responsável pelas ligações com o exterior dos Açores.

Numa nota de imprensa divulgada esta segunda-feira, o PCP/Açores alega que o governo regional (PSD/CDS-PP/PPM) vai dando informaçãoes “a conta-gotas”, com “enorme falta de planeamento” e sem garantir os “direitos dos trabalhadores, postos de trabalho, as ligações entre o continente e Santa Maria, Faial, Pico, ou entre os Açores e a diáspora”.

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“Tudo garantido, mas durante 30 meses: isto é, tudo está a prazo, tudo está precário, e nada está garantido depois destes 30 meses, a não ser que será a flutuação do mercado a dominar as decisões a serem tomadas”, alega o partido, criticando as políticas seguidas a nível regional, que “estrangulam” as atividades económicas.

No entender do partido, “a perda de controlo público sobre a companhia dará continuidade a uma política que a condiciona negativamente, agravando” a situação da SATA. “Foi assim encetado um caminho perigoso, que ameaça seriamente o legítimo direito à mobilidade dos açorianos e as suas perspetivas de progresso económico“, vinca o PCP nos Açores.

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O partido defende a manutenção da SATA na esfera pública, como forma de “garantir a sua manutenção ao serviço da região e dos açorianos, da diáspora e de quem visita” o arquipélago. “O PCP Açores vai continuar a lutar por uma SATA pública, pela concretização de uma política que salve a companhia e lhe permita cumprir a sua missão, e apela a que os açorianos, defendendo a sua companhia regional, defendam o seu direito à mobilidade e a autonomia”, assegura o partido.

Esta segunda-feira, os interessados na privatização da Azores Airlines, o Atlantic Consortium e o consórcio Newtour/MS Aviation, melhoraram as propostas iniciais e ofereceram, respetivamente, 7,026 euros e 6,60 euros por ação da companhia área.

O anúncio foi realizado durante o ato público de abertura das propostas referentes ao concurso público internacional para a privatização da transportadora, que decorreu na sede do Grupo SATA, em Ponta Delgada.

Face às semelhanças entre as duas propostas, o ato público tinha sido suspenso para permitir aos concorrentes a alteração dos valores.