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Volodymyr Zelensky demitiu, esta sexta-feira, todos os líderes regionais do recrutamento militar ucraniano. A decisão surgiu na sequência de uma reunião do Conselho Nacional de Defesa e Segurança do país. Numa comunicação ao país, Zelensky explicou a decisão com o que diz a corrupção sistémica destas administrações regionais, que são responsáveis pelo recrutamento de soldados para combater no exército.

“Enriquecimento ilícito, legalização de fundos obtidos ilegalmente, lucros ilícitos, transporte ilegal de recrutas através da fronteira. A nossa solução: demitimos todos os comissários militares“, anunciou Zelensky, na sequência de um inquérito anti-corrupção.

Segundo o líder ucraniano, estão neste momento abertos “112 processos criminais” neste âmbito, com outros 33 sob suspeita.

O sistema deve ser gerido por pessoas que compreendem exatamente o que é a guerra e que o cinismo e os subornos durante a guerra constituem atos de traição”, afirmou o Presidente ucraniano no discurso, publicado no site da Presidência.

“Os guerreiros que estiveram na linha da frente, ou aqueles que não podem ir porque perderam a sua saúde, os seus membros, mas mantiveram a dignidade (…) são os que devem ser confiados com o sistema de recrutamento” defendeu. Zelensky prometeu punir os responsáveis pela corrupção e apelou aos outros para “irem para a frente” de combate se quisessem “manter as suas divisas e provar a sua dignidade”.

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A implementação da medida ficou a cargo de Valerii Zaluzhny, o chefe de Estado-maior das forças armadas ucranianas. As novas chefias serão anunciadas em breve e, de acordo com Zelensky, “serão vetadas pelo serviço de segurança da Ucrânia antes da sua nomeação”.

No final de julho, as autoridades ucranianas anunciaram a detenção de um antigo comissário do exército, cujas responsabilidades incluíam a mobilização, por suspeita de ter comprado uma vivenda por cerca de quatro milhões de euros em Espanha, durante a invasão russa da Ucrânia.

A luta contra a corrupção, um mal endémico na Ucrânia, que já era um dos países mais pobres da Europa antes da invasão russa, é uma das condições impostas pela União Europeia para que Kyiv continue a ser candidato à organização.

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