A Polícia Federal do Brasil convocou o ex-presidente Jair Bolsonaro para depor no processo que investiga um suposto plano de golpe de Estado promovido por empresários contra o atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
O interrogatório do ex-chefe de Estado brasileiro está marcado para quinta-feira da próxima semana, segundo a Polícia Federal.
Bolsonaro, que governou o Brasil entre 2019 e 2022, já respondeu a interrogatórios policiais em várias ocasiões desde que deixou o poder, a 1 de janeiro, quando foi sucedido por Lula da Silva. Entre eles, pela tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro, quando milhares de radicais invadiram violentamente as sedes dos três poderes do Estado em Brasília. Já foi ouvido também por uma alegada fraude com certificados de vacinas contra a Covid-19 e pela tentativa de apropriação de joias que recebeu durante o seu mandato e que são propriedade do Estado.
Bolsonaro terá agora de comparecer em tribunal para explicar as mensagens de cariz golpista trocadas em grupos de mensagens por empresários ligados à extrema-direita brasileira, reveladas pelo portal Metrópoles há um ano.
Nessas mensagens, vários desses empresários diziam abertamente que eram a favor de promover um golpe de Estado caso Lula da Silva vencesse as eleições, o que acabou por acontecer em outubro de 2022, quando derrotou Bolsonaro, que tentava a reeleição, nas urnas.
Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, arquivou, na segunda-feira, o inquérito em relação a seis destes empresários mas manteve as suspeitas em relação a dois: Luciano Hang e Meyer Nigri.
A polícia está a investigar uma mensagem alegadamente enviada por Bolsonaro em que o ex-chefe de Estado o incentiva a divulgar informações falsas sobre fraudes nas eleições, que também incluía críticas graves a Luís Roberto Barroso, outro dos juízes do Supremo Tribunal.
Durante a última campanha, Bolsonaro e vários dos seus aliados lideraram uma campanha de difamação contra as urnas eletrónicas que o Brasil utiliza nas suas eleições desde 1996, sem que tenha sido reportado um único problema com os resultados desde então.
Por esses constantes ataques ao processo eleitoral e às instituições democráticas, o ex-presidente foi tornado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).