Com a suspensão de Luis Rubiales por parte da FIFA já decretada, o inquérito do Ministério Público já aberto e um presidente interino em funções, a cúpula da Real Federação Espanhola de Futebol [RFEF] está em alerta máximo. Um alerta que fez com que Andreu Camps, o secretário-geral do organismo e um dos braços direitos de Rubiales, tenha decidido enviar uma carta à UEFA a denunciar a alegada ingerência do poder político espanhol.

De acordo com a Onda Cero, Andreu Camps solicitou a atuação da UEFA em defesa de Luis Rubiales — que é também vice-presidente do organismo que regula o futebol europeu –, acusando diretamente os ministros e responsáveis políticos que exigiram a demissão do dirigente e consequências graves para o episódio com Jenni Hermoso. Entre os acusados, naturalmente, estão o presidente do governo Pedro Sánchez, a vice-presidente Yolanda Díaz, o ministro do Desporto Miquel Iceta e ainda o presidente do Conselho Superior dos Desportos Víctor Francos.

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“A única intenção de Camps é conseguir que a UEFA ameace o governo espanhol com a suspensão da RFEF e a consequente exclusão de todas as competições europeias. É a mesma jogada que fez Ángel Villar com [Sepp] Blatter no seu tempo”, explicou à Onda Cero um político espanhol que preferiu manter o anonimato e que recordou o momento em que o antigo presidente da RFEF, o antecessor de Luis Rubiales, foi detido por suspeitas de corrupção.

Ainda assim, e de acordo com o jornal As, a UEFA não tenciona agir de forma alguma em relação ao caso. O organismo recebeu e avaliou a carta enviada por Andreu Camps, mas Aleksander Čeferin não teve dúvidas na hora de manter o silêncio e não demonstrar apoio ou condenação ao suspenso presidente da RFEF — adiando qualquer tipo de decisão para o momento em que também a FIFA decida tomar medidas mais definitivas.

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Segundo o jornal espanhol, a UEFA não quer abrir a porta a distrações numa semana em que termina o mercado de transferências e existe o sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões, optando pelo silêncio face à carta enviada pela RFEF. Aliás, a ideia de que a exclusão das equipas espanholas das competições europeias estava totalmente fora de questão já tinha sido confirmada pelo presidente do Conselho Superior dos Desportos, que tinha garantido não existir “qualquer risco de participação em nenhuma categoria”.