O Governo português defendeu esta quarta-feira a candidatura ibero-marroquina à organização do Campeonato do Mundo de futebol de 2030, independentemente dos dirigentes e de qualquer polémica, em resposta à agência Lusa.

“A candidatura conjunta à organização do Mundial de 2030, que Portugal integra, não está, pois, em causa com a atual polémica que envolve o presidente (suspenso) da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF)”, afirmou o secretário de Estado da Juventude e do Desporto.

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Em resposta à Lusa, sobre Luis Rubiales e as consequências sobre o seu comportamento no projeto mediterrânico, João Paulo Correia reiterou o apoio à iniciativa, desvalorizando a importância do dirigente na candidatura.

“O projeto foi iniciado pelas federações e assumido pelos governos dos países candidatos, sendo independente de quem ocupa os cargos. Esta candidatura única, conjunta, que junta as duas margens do Mediterrâneo, pretende organizar o primeiro Mundial de futebol que une, pelo desporto e pelos seus melhores valores, dois continentes: Europa e África”, vincou o governante.

Portugal, Espanha e Marrocos protagonizam uma candidatura à organização do Mundial2030, que, numa fase inicial, chegou a contar com a Ucrânia, havendo ainda a intenção de organização conjunta dos sul-americanos Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. Por terra ficou a pretensão de unir três confederações, com Arábia Saudita, Egito e Grécia.

Na terça-feira, ministro da Cultura e Desporto de Espanha, Miquel Iceta, garantiu a defesa da imagem do futebol espanhol, no âmbito do caso Rubiales, e revelou que contactou a FIFA por causa da candidatura à organização, com Portugal e Marrocos, do Mundial2030.

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“Estamos a defender a imagem do desporto e, em particular, do futebol espanhol a nível internacional. Vamos ser absolutamente beligerantes. Já estabelecemos os pertinentes contactos com a FIFA porque temos pendente uma candidatura para a celebração em Espanha, juntamente com Portugal, do Campeonato do Mundo de futebol de 2030. Não o vamos largar”, disse Miquel Iceta, numa conferência de imprensa, em Madrid.

Miquel Iceta respondia a perguntas dos jornalistas, no final da reunião do conselho de ministros de Espanha, sobre a polémica em torno de Luis Rubiales, suspenso pela FIFA por 90 dias por causa de um beijo na boca de uma jogadora da seleção espanhola.

O ministro reiterou a condenação a Rubiales, tanto pelo beijo a Jenni Hermoso como pelo comportamento na bancada do estádio de Sydney, na Austrália, em 20 de agosto, durante a final do Mundial feminino de futebol, que Espanha venceu.

Miquel Iceta disse ainda que o governo espanhol tomou até agora todas as iniciativas que a lei lhe permite para afastar Luis Rubiales da RFEF, entre elas, uma queixa ao Tribunal Administrativo do Desporto (TAD).

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Após os acontecimentos em Sydney, seguiram-se inúmeras críticas a Rubiales, tendo a jogadora Jenni Hermoso afirmado que não tinha consentido o beijo, ao contrário daquilo que garante o presidente da RFEF.

Rubiales disse na passada sexta-feira que não iria abandonar o cargo, o que provocou um novo pico de contestação e extremar das posições, com as jogadoras da seleção a anunciarem não estarem disponíveis para voltarem a representar Espanha, enquanto os atuais dirigentes da RFEF se mantiverem nos cargos.

No sábado, a FIFA anunciou a suspensão de Rubiales do cargo por 90 dias, e 11 membros da equipa técnica do selecionador, Jorge Vila, apresentaram a demissão. Por seu lado, o técnico condenou o “comportamento impróprio” do presidente da RFEF.