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A cúpula da RFEF vai reunir de emergência na sexta-feira, dia 25 de agosto, para discutir toda a polémica que envolve o presidente

UEFA via Getty Images

A cúpula da RFEF vai reunir de emergência na sexta-feira, dia 25 de agosto, para discutir toda a polémica que envolve o presidente

UEFA via Getty Images

O acidente na infância, o pai político, o sindicalismo que nasceu no Levante: a história de Luis Rubiales, o homem no olho do furacão

Presidente da Federação espanhola foi um jogador sem grande talento, tem pai autarca e dedicou-se ao sindicalismo enquanto jogava no Levante. Agora, Luis Rubiales vai cair devido à polémica do beijo.

Foi um instante que abriu uma caixa de Pandora que já não tinha fechadura. No momento em que chocou meio mundo ao beijar Jenni Hermoso nas comemorações da conquista do Campeonato do Mundo feminino por parte de Espanha, Luis Rubiales envolveu-se num novo escândalo que pode perfeitamente terminar com a saída da presidência da Real Federação Espanhola de Futebol [RFEF].

O beijo que Jenni não gostou tornou-se um caso em Espanha mas Rubiales ainda “gozou” com a situação no balneário

Antigo jogador de futebol, fez pouco mais de 50 jogos na Liga espanhola e depressa terminou a carreira para se dedicar ao dirigismo, assumindo a presidência da Associação de Jogadores Espanhóis em 2010 e chegando à liderança da RFEF em 2018. Desde então, acumulou polémicas, histórias e confusões entre o despedimento de Lopetegui, a saída de Moreno depois do regresso de Luis Enrique, a questão da Supertaça na Arábia Saudita e das comissões de Piqué, e até a data das eleições que levou Iker Casillas a desistir da corrida.

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Luis Rubiales já foi criticado por Pedro Sánchez, por várias ministros e ministras e por grande parte da comunidade desportiva espanhola e seria tudo isso que estaria em cima da mesa já esta sexta-feira, quando a RFEF reunisse em Assembleia Geral. Restava saber se, desta vez, Rubiales conseguia escapar de novo ao problema – numa questão que também poderia afetar a Federação Portuguesa de Futebol, já que o espanhol é uma das caras da candidatura de Portugal, Espanha e Marrocos à organização do Mundial de 2030. No entanto, no mesmo dia em que a FIFA anunciou a abertura de um processo disciplinar, o líder da RFEF percebeu que todos os caminhos acabavam num beco sem saída. Nas próximas horas, vai mesmo sair.

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Luis Rubiales chegou à presidência da RFEF em 2018, tendo liderado a Associação de Futebolistas Espanhóis durante oito anos

PA Images via Getty Images

Um diagnóstico que não se realizou e um sindicalista que nasceu no Levante

A história de Luis Rubiales é uma daquelas em que o local de nascimento nada tem que ver com o destino do protagonista. O agora presidente da Real Federação Espanhola de Futebol nasceu em agosto de 1977 em Las Palmas, na Gran Canaria, mas a passagem da família Rubiales pela ilha foi temporária e prendeu-se apenas pelo trabalho do pai, que era professor primário. Meses depois de nascer Luisillo, como era conhecido quando era pequeno, a família regressou à terra: Motril, uma localidade perto de Granada.

De forma irónica, a ligação de Luis Rubiales ao futebol poderia ter ficado condenada quando este ainda era recém-nascido. Num azarado acidente doméstico, a irmã mais velha caiu-lhe em cima e partiu as duas pernas do ainda bebé. No hospital, os médicos disseram aos pais que aquela criança dificilmente poderia ter grandes atividades físicas e desportivas, já que o desenvolvimento das pernas estava algo limitado – e um dos profissionais de saúde disse mesmo ao pai que Luisillo, infelizmente, nunca poderia ser jogador de futebol. Ele fez questão de os contrariar.

[Já saiu: pode ouvir aqui o terceiro episódio da série em podcast “Um Espião no Kremlin”, a história escondida de como Putin montou uma teia de poder e guerra. Pode ainda ouvir o primeiro episódio aqui e o segundo episódio aqui]

Sempre enquanto defesa, Luis Rubiales passou pela formação do local Motril, mas também do Valencia e do Atl. Madrid. A primeira aventura profissional aconteceu no modesto Guadix, de Granada, que na altura atuava na Segunda Divisão B. Passou depois pelo Maiorca, pelo Lleida e pelo Xerez, sempre no segundo escalão do futebol espanhol, e assinou pelo Levante em 2003. Fez parte da equipa que conseguiu levar o clube à Primeira Divisão pela primeira vez em 40 anos, estreando-se também ao mais alto nível, e nem as lesões recorrentes nos joelhos o impediram de assumir a braçadeira de capitão.

O agora presidente da Real Federação Espanhola de Futebol nasceu em agosto de 1977 em Las Palmas, na Gran Canaria, mas a passagem da família Rubiales pela ilha foi temporária e prendeu-se apenas pelo trabalho do pai, que era professor primário.

Um papel que o tornou o representante dos jogadores quando, em 2007/08, o Levante entrou numa profunda crise económica e declarou insolvência, deixando de pagar salários a praticamente todos os funcionários. Em maio de 2008, numa das primeiras aparições de um sindicalista que já vivia dentro de um jogador de futebol, Luis Rubiales anunciou que o plantel iria entrar em greve se os salários em atraso não fossem regularizados. O pormaior? O jogo seguinte era no Santiago Bernabéu, contra o Real Madrid.

A cúpula do Levante conseguiu chegar a acordo com os jogadores e a greve foi desconvocada in extremis. O clube foi a Madrid ser goleado por um Real que já contava com Pepe no onze inicial, mas a principal vitória estava alcançada – e os restantes elementos do plantel comprovaram isso mesmo quando, em jeito de agradecimento pelos esforços, se uniram para oferecer um BMW a Luis Rubiales. 2007/08 foi a última temporada do defesa no Levante, mas foi também o primeiro ano em que este contactou diretamente com dirigentes de outros clubes e com a própria Associação de Futebolistas Espanhóis [AFE], numa aproximação que acabaria por se tornar fulcral.

Cumpriu um ano no Alicante e despediu-se de Espanha em 2009, terminando a carreira aos 32 anos no Hamilton Academical da Escócia – onde só cumpriu quatro jogos oficiais, sendo eleito o melhor em campo em dois deles. Ao todo, Luis Rubiales realizou 53 partidas na Liga espanhola, tendo como pontos altos do percurso desportivo as duas promoções conquistadas com o Levante. Pundonor, como ficou conhecido pelo caráter corajoso e aventureiro, nunca foi e nunca seria um extraordinário jogador de futebol. E talvez tenha sido por isso que já sabia o que fazer e para onde ir quando deixou os relvados.

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Luis Rubiales esteve cinco anos no Levante e chegou a ser capitão de equipa

AFP via Getty Images

O exemplo do pai político e a marca deixada na Associação de Jogadores Espanhóis

Luis Rubiales ainda tinha mais dois anos de contrato com o Hamilton Academical quando rescindiu para se candidatar à presidência da AFE. Viu uma oportunidade, reuniu apoios, consultou a família e atirou-se aos lobos – algo que aprendeu com o pai, Luis Rubiales López, um antigo professor primário licenciado em Psicologia que foi autarca de Motril de 1995 a 2003.

“Rubiales, o pai, também tinha esta personalidade egocêntrica. Nisso são muito parecidos, pai e filho. Parece que está nos genes”, explicou um morador de Motril ao El Español, sublinhando que o agora presidente da RFEF foi “assessorado pela tática reivindicativa” do pai quando teve de reagir aos salários em atraso no Levante. De Rubiales pai, Rubiales filho herdou a preocupação com o domínio da língua e da linguagem para ter impacto com os discursos, a capacidade de dar a cara quando algo corre mal e a habilidade impressionante de gerir a opinião pública em relação a ele mesmo.

Ainda assim, e mesmo continuando a ser “unha com carne” com o pai, Luis Rubiales nunca quis voltar à terra para ser “o filho do presidente da Junta”. Teve essa oportunidade, já enquanto jogador profissional e quando o Motril tentou contratá-lo, mas recusou. Homem de esquerda convicto, Luis Rubiales pai é tido como o grande responsável pela modernização da localidade de Granada – ainda que hoje em dia esteja mais dedicado a ler e a escrever, tendo já um romance publicado.

Luis Rubiales ainda tinha mais dois anos de contrato com o Hamilton Academical quando rescindiu para se candidatar à presidência da AFE. Viu uma oportunidade, reuniu apoios, consultou a família e atirou-se aos lobos — algo que aprendeu com o pai.

Inspirado pela veia política do pai, Luis Rubiales candidatou-se à presidência da AFE contra Gerardo González Movilla, que nunca tinha tido adversário desde que havia assumido o cargo, em 1988. Movilla retirou a candidatura dias antes das eleições e Rubiales, em março de 2010, agarrou a primeira grande aventura institucional da carreira. Pelo caminho e já enquanto presidente da AFE, licenciou-se em Direito e cimentou a vida familiar, tendo três filhas da agora ex-mulher.

A AFE era uma organização pouco ativa, operando quase como organismo institucional e representativo e sem grande influência prática na vida dos jogadores de futebol. Uma lógica que mudou com a chegada de Luis Rubiales, que não escondeu as intenções de utilizar todos os mecanismos legais que o sindicato tinha à disposição e tornou-se um verdadeiro player a ter em conta no universo do futebol espanhol.

No início da temporada 2011/12, convocou a primeira greve de jogadores em 27 anos e exigiu a existência de um contrato coletivo de trabalho que criasse um fundo para garantir o pagamento dos salários de todos os atletas da Primeira e da Segunda Divisão, para além da atribuição de sanções aos clubes que tivessem salários em atraso. Em junho de 2016, numa Assembleia Geral da AFE, apresentou um pacote de medidas que deixaram uma marca indelével na vida dos jogadores espanhóis e que é ainda o seu principal legado no organismo.

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O presidente da RFEF, aqui com Fernando Gomes e o líder da Federação ucraniana, é uma das caras da candidatura à organização do Mundial 2030

AFP via Getty Images

Entre as novas ideias encontravam-se um plano de poupança para o final da carreira, um fundo económico para situações de emergência e a chamada “Casa do Jogador”, um local onde convergem um centro médico, um laboratório de investigação muscular e concentrações para que os jogadores sem clube possam treinar e recuperar de lesões. Em 2018, oito anos depois de assumir a liderança da AFE e com créditos conquistados, sentiu que estava na hora de dar o salto.

O rol de polémicas na Federação: começou com Lopetegui, continuou com Moreno, teve Piqué pelo meio e rebentou com Hermoso

Luis Rubiales chegou à presidência da RFEF em maio de 2018, conquistando a maioria absoluta contra o interino Juan Luis Larrea, que tinha ficado ao leme do organismo na sequência da queda abrupta do todo-poderoso Ángel Villar. No discurso de tomada de posse, procurou a união e o consenso. “Quero uma Federação para todos”, atirou, garantindo que pretendia construir uma organização líder na transparência, dedicar esforços ao “futebol modesto” e colocar mulheres em cargos diretivos.

A intenção, porém, não passou disso mesmo – uma intenção. Luis Rubiales demorou apenas um mês a comprar a primeira polémica, quando decidiu despedir o selecionador Julen Lopetegui antes de Espanha se estrear do Campeonato do Mundo da Rússia (por curiosidade com Portugal, na cidade de Sochi) O espanhol tinha sido anunciado como o novo treinador do Real Madrid para a próxima temporada e o presidente da RFEF, que tinha conhecimento das negociações mas havia pedido ao clube merengue que só fizesse anúncios públicos após o Mundial, não hesitou na hora de o dispensar.

No início da temporada 2011/12, convocou a primeira greve de jogadores em 27 anos e exigiu a existência de um contrato coletivo de trabalho que criasse um fundo para garantir o pagamento dos salários de todos os atletas da Primeira e da Segunda Divisão, para além da atribuição de sanções aos clubes que tivessem salários em atraso.

Seguiu-se Fernando Hierro, antigo central do Real Madrid que era até aí diretor desportivo da Federação, e Espanha não foi além dos oitavos de final do Mundial 2018. O interino Hierro deixou o comando da seleção espanhola logo depois do Campeonato do Mundo – assim como o próprio entorno da RFEF – e o sucessor foi Luis Enrique, que estava sem trabalho depois de ter deixado o Barcelona no ano anterior. E com Luis Enrique, pelos motivos mais trágicos, veio mais uma polémica.

O agora treinador do PSG afastou-se do comando de Espanha no início de 2019 por motivos pessoais (na altura desconhecidos, mais tarde justificados com a doença e posterior morte da filha de apenas nove anos) e foi substituído por Robert Moreno, até aí seu adjunto. Luis Enrique regressou em novembro e não poupou palavras ao falar com os jornalistas na conferência de imprensa em que anunciou que iria voltar ao cargo de selecionador, acusando Moreno de ser “desleal” e ter uma “ambição desmedida”.

Robert Moreno deixou a equipa técnica de Luis Enrique, passando depois pelo Mónaco e o Granada enquanto treinador principal, mas os motivos do diferendo nunca ficaram resolvidos – nem o papel de Luis Rubiales no meio de toda a confusão. De acordo com Moreno, o presidente da RFEF garantiu-lhe que seria o selecionador espanhol até depois do Euro 2020; de acordo com o presidente da RFEF, Moreno sempre soube que voltaria à condição de adjunto assim que Luis Enrique estivesse disponível para regressar.

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Um mês depois de tomar posse, Rubiales despediu Julen Lopetegui na antecâmara do Campeonato do Mundo da Rússia

AFP via Getty Images

Os dois anos seguintes foram recheados de polémicas, confusões e problemas, entre o constante clima de tensão com Javier Tebas, o presidente da Liga, os diferendos com a Mediapro ou a RTVE devido às transmissões televisivas ou casos mais pessoais, como a acusação de desvio de fundos da “Casa do Jogador” da AFE e até uma denúncia por agressão por parte da arquiteta que projetou as obras da casa que Luis Rubiales tem em Valencia. Em 2020, teve mesmo de responder em tribunal – em conjunto com o secretário-geral Andreu Camps, o braço direito na RFEF – pela acusação de falsificação de uma ata de uma Assembleia Geral do organismo.

Rubiales entrou em guerra com selecionadores, Liga e Mediapro. Agora, é acusado de falsificação de documento público

Recandidatou-se à presidência em 2020 e enquanto candidato único, já que Iker Casillas acabou por desistir da corrida antes das eleições por considerar não ter hipótese contra Luis Rubiales. O antigo guarda-redes foi o nome lançado pela oposição para tentar destronar Rubiales – Mariano Rajoy, ex-presidente do governo espanhol, e Albert Rivera, ex-líder do Ciudadanos, chegaram a entrar nas cogitações –, acabando mesmo por colocar um ponto final na carreira numa altura em que ainda estava ligado ao FC Porto, mas viu o propositado calendário eleitoral roubar-lhe a oportunidade de se preparar.

Casillas estava no Porto, em Portugal, e não teve possibilidade de realizar reuniões presenciais em Espanha até ao início do mês de julho, data em que a fronteira entre os dois países reabriu depois dos constrangimentos associados à Covid-19. Adicionalmente, e com eleições marcadas para 17 de agosto, o guarda-redes defendia o adiamento do ato eleitoral devido à pandemia.

De acordo com [Robert] Moreno, o presidente da RFEF garantiu-lhe que seria o selecionador espanhol até depois do Euro 2020; de acordo com o presidente da RFEF, Moreno sempre soube que voltaria à condição de adjunto assim que Luis Enrique estivesse disponível para regressar. 

Luis Rubiales até estudou uma antecipação, para encurtar o tempo que um eventual adversário teria para fazer campanha e reunir apoios, e Casillas sempre exigiu que as eleições fossem marcadas o mais tarde possível, para montar um projeto credível e ser um sério candidato à vitória. A tudo isto não estará alheio o facto de o antigo jogador do FC Porto, nos últimos dias e na sequência da nova polémica que envolve Luis Rubiales, ter recorrido às redes sociais para questionar ironicamente se “alguém já se demitiu”.

Casillas deve desistir da candidatura à Federação Espanhola de Futebol. Eleições estão marcadas para 17 de agosto

Já em 2022, na sequência de uma longa investigação do El Confidencial, rebentou uma nova bomba associada ao presidente da RFEF. Luis Rubiales foi o principal responsável pela ida da Supertaça espanhola para a Arábia Saudita, numa decisão que desencadeou um mar de críticas e que nunca foi consensual, não só pelo país associado como também pela saída pouco justificada de uma competição nacional e interna do território. A história tornou-se ainda mais polémica quando o jornal espanhol revelou que a própria Federação tinha lucrado 240 milhões de euros com o negócio – assim como Gerard Piqué, ainda jogador do Barcelona, tinha encaixado 24 milhões através da empresa Kosmos, da qual é CEO.

Luis Rubiales reagiu às primeiras notícias com a garantia de que a RFEF não tinha pago qualquer verba nem a Pique nem a nenhuma das suas empresas – acrescentando que desconhecia se a Arábia Saudita o tinha feito –, mas os áudios, mensagens e documentos apresentados posteriormente pelo El Confidencial provaram o contrário. Rubiales não só sabia como “pressionou” as autoridades sauditas a pagarem uma comissão à Kosmos, com os telefonemas transcritos a revelarem que a persuasão de Piqué funcionou a 100%.

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O beijo a Jenni Hermoso, nas comemorações da final do Mundial, voltaram a colocar o presidente da RFEF no olho do furacão

FIFA via Getty Images

“Rubi, se é um problema de dinheiro, se eles [Real Madrid] por oito milhões iriam, caramba, então paga-se oito ao Real Madrid e oito ao Barcelona e aos outros paga-se um ou dois… São 19 milhões, a Federação ainda fica com seis. Entre ficar com seis milhões ou com nada… Apertamos a Arábia Saudita, dizemos que o Real Madrid não aceita ir e sacamos mais dinheiro”, disse o antigo central a Rubiales, numa lógica de pensamento que não se realizou nestes valores mas que acabou por ser colocada em prática.

Até que chegamos a este domingo e à final do Mundial feminino. No meio da clara euforia pela vitória de Espanha contra Inglaterra, Luis Rubiales fez gestos obscenos na tribuna presidencial e ao lado da rainha Letizia, deu um beijo a Jenni Hermoso na cerimónia de entrega das medalhas e ainda desvalorizou o episódio, acabando por pedir desculpas através de um vídeo filmado ainda no voo da Austrália para Madrid. Ciente da gravidade da situação, a cúpula da RFEF vai reunir de emergência já esta sexta-feira, dia 25 de agosto.

Do “apertar” com os árabes ao pedido feito ao rei: o escândalo dos áudios que coloca Piqué em xeque (após garantir 24 milhões de euros)

Profundamente contestado, com o lugar constantemente em risco desde há dois anos e com um mandato válido até 2024, Luis Rubiales estava a atravessar aquele que era provavelmente o período mais complexo desde que chegou à liderança da RFEF. O beijo a Jenni Hermoso, para além dos gestos obscenos junto à rainha Letizia e da acusação de falsificação de declarações atribuídas à avançada, tornaram-se o fim da linha para o todo-poderoso dirigente que também é vice-presidente da UEFA. Com críticas claras de Pedro Sánchez, pedidos de demissão de várias ministras e Casillas à espreita, esta pode ser a primeira vez que Rubiales não cai de pé e o comunicado da jogadora esta quarta-feira adensou esse cenário.

“O meu sindicato FUTPRO, em coordenação com a minha agência TMJ, estão encarregues de defender os meus interesses e serão os meus interlocutores sobre este assunto. Pedimos à Real Federação Espanhola de Futebol que implemente os protocolos necessários, zele pelos direitos das nossas jogadoras e adote medidas exemplares. É essencial que a nossa seleção seja representada por figuras que protejam os valores da igualdade e do respeito em todos os sentidos. É necessário continuar esta luta pela igualdade, uma luta que as nossas jogadores têm liderado com determinação”, defendeu Jenni Hermoso.

“Chamamos também a atenção ao Conselho Superior do Desporto para que, dentro das suas competências, apoie e promova ativamente a prevenção e intervenção em casos de abuso sexual, machismo e sexismo. No sindicato estamos a trabalhar para que atos como aqueles que vimos nunca passem impunes, para que sejam sancionados e para que se adotem medidas pertinentes que protejam as futebolistas de ações que consideramos inaceitáveis”, acrescentou a jogadora no comunicado difundido esta quarta-feira, dia em que Rubiales cumpriu o 46.º aniversário. E esse acabou por ser o xeque-mate na tentativa de defesa que ainda tentava esboçar. Desta vez, todas as jogadas foram insuficientes para evitar a liderança da RFEF.

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