As dificuldades iam aumentando, a capacidade de Sporting e Benfica lutarem com outras armas nos jogos grandes cresceu, o final continuou a ser o mesmo. Entre mais dificuldades ao longo da época, não só a nível nacional mas também na própria Liga dos Campeões, o FC Porto sagrou-se tetracampeão de andebol em 2022/23. Olhando para o plantel, não foram muitas as mexidas depois de mais um sucesso: além de alguns regressos de jovens após empréstimos, saíram Jack Thurin e Sebastian Frandsen e houve uma aposta no mercado espanhol com as chegadas de Antonio Martínez e David Fernández (que estava a jogar na Polónia, no Wisla Plock). Ainda assim, houve um ponto que mudou e muito, após a saída de Magnus Andersson do comando técnico para a entrada de Carlos Resende, que esteve no Gaia após o ABC e o Benfica.

Começar bem é começar a ganhar: FC Porto está na final da Supertaça Ibérica

“A pré-época está a ser boa e creio que temos correspondido às ideias do treinador. Tem sido duro mas também faz parte. Temos tido bons jogos e temos errado, mas esta é a altura para isso, para errarmos e corrigirmos o que fazemos menos bem. Agora acabou a pré-época e há que trabalhar para o que aí vem. A verdade é que temos muita gente que está cá há vários anos e isso facilita na pré-época, pois já há um grande entrosamento entre todos. Quem chega de novo, entra logo naquilo que é a filosofia do FC Porto. A pré-época foi muito positiva, mas agora vem o que realmente importa e espero que durante a época consigamos mostrar aquilo que temos trabalhado. As expetativas são sempre altas, pois todos os troféus pelos quais lutamos são para ganhar”, tinha comentado antes do início da Supertaça Ibérica o capitão portista Rui Silva.

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“Foi um primeiro jogo. Não foi muito conseguido mas valeu pela capacidade de luta que os jogadores tiveram nos momentos mais difíceis. O Logroño jogou bastante bem, colocou-nos muitas dificuldades. O mais importante é que entrámos bem, há sempre um peso adicional no início da época. Queremos vencer a final. Felizmente, conseguimos ultrapassar as dificuldades. Temos de trabalhar de acordo com os nossos princípios e, independentemente do adversário, acreditamos que temos armas para lutar amanhã [domingo]”, comentara Carlos Resende, treinador dos azuis e brancos, após a vitória com o Logroño.

Queriam ser os melhores da península contra os melhores do mundo e não resultou: Sporting perde com o Barcelona na Supertaça Ibérica

Após vários testes de grande nível na pré-temporada, entre vitórias promissoras contra Ademar León ou Kolding e derrotas frente a Silkeborg, Veszprém e Nantes, o FC Porto chegava à competição na Supertaça Ibérica com uma meia-final diante do Logroño onde o resultado acabou por ser melhor do que a exibição e a ter agora na final o todo poderoso Barcelona com um dos melhores plantéis da atualidade (se não for mesmo o melhor), na reedição da primeira edição da Supertaça Ibérica que no ano passado tinha acabado com uma vitória dos catalães por 32-24. Agora, e depois de uma primeira parte que apesar do mau início terminou com um empate, o filme repetiu-se e os culé ganharam com toda a naturalidade mais uma edição da prova.

Aos dragões não cai a coroa: FC Porto é tetracampeão de andebol e mantém dinastia viva

O encontro começou com o Barça rapidamente a chegar aos três/quatro golos de vantagem com uma série de ataques rápidos após defesas Gonzalo Pérez de Vargas e com o inevitável Dika Mem a promover desde início uma diferença entre as equipas. Aos poucos, o FC Porto foi conseguindo equilibrar o encontro (mas nunca o resultado), teve uma defesa mais agressiva em jogo organizado e melhorou em termos atacantes com Rui Silva a aparecer na liderança da equipa mas, entre uma aproximação a 8-6 com um golo de Nikolaj Laeso e outra a 20-17 em mais uma entrada de Rui Silva, foram os blaugrana que estiveram por cima com uma série de lances de 1×0 contra o guarda-redes Diogo Rêma, que entrou no lugar do condicionado Mitrevski. No entanto, se os primeiros cinco minutos tinham sido maus, os últimos foram bem melhores e levaram a partida para intervalo com um empate a 22 golos (seis de Iturriza) que deixava tudo em aberto.

A reentrada na partida acabou por voltar a fazer a diferença. A percentagem de defesas dos guarda-redes azuis e brancos aumentou com a entrada de Mitrevski mas o Barcelona foi letal nos dez minutos iniciais com uma série de ataques rápidos que nem mesmo com a experiência do 7×6 no ataque sem ninguém na baliza mudou. Carlos Resende parou de imediato o jogo com 31-25 mas a bola de saída após esse descontos mostrou a diferença entre os conjuntos, com o FC Porto a conseguir marcar mas os catalães a responderem logo de imediato. A história da partida estava escrita, com as duas equipas a aproveitarem para rodar jogadores e testarem processos para a temporada num duelo com muitos golos onde os erros próprios acabaram por tornar ainda mais difícil uma tarefa que já era complicada contra um conjunto de outra realidade (38-44).