O Ministério da Economia garante que está a “desenvolver todos os esforços para identificar soluções” na indústria de componentes nacional para responder aos impactos da suspensão da produção na Autoeuropa, motivada pelas cheias que afetaram severamente um produtor na Eslovénia. Além disso, está a identificar os fornecedores nacionais da empresa de Palmela, para com eles reunir e “minimizar os riscos de paragem da fábrica nos próximos meses”.
Em resposta a questões colocadas pelo Observador no final da semana passada, o Ministério da Economia diz agora que tem mantido, desde o início dos constrangimentos, contactos com a administração da Autoeuropa “no sentido de compreender as causas destas dificuldades e encontrar soluções”.
Autoeuropa. Como uma enxurrada na Eslovénia trava 1,5% do PIB em Portugal
O Ministério da Economia está a “desenvolver todos os esforços para identificar soluções no âmbito da indústria de componentes nacional”, uma vez que “Portugal tem uma indústria de componentes para o Sector Automóvel que é das mais competitivas e inovadoras da Europa, e que exporta para múltiplos países europeus”. “Na incerteza global que vivemos, que é também exponenciada pelas alterações climáticas com a ocorrência de fenómenos extremos, é importante a diversificação das cadeias de abastecimento e o aumento da sua resiliência para prevenir paragens abruptas de produção”, acrescenta ainda a resposta enviada ao Observador.
O Ministério está, também, a “identificar os fornecedores nacionais da AutoEuropa com o objetivo de reunir com as empresas no sentido de minimizar os riscos de paragem da fábrica nos próximos meses“.
“O Governo está empenhado em encontrar as melhores soluções, a todos os níveis, para minimizar o impacto desta paragem de produção numa das maiores empresas exportadoras do país“, acrescenta o Ministério.
A Autoeuropa anunciou, na semana passada, a suspensão da produção durante dois meses devido à falta de uma componente necessária aos motores dos automóveis que saem da sua fábrica. Em causa estão cheias na Eslovénia que afetaram “severamente” um fabricante, que precisará de semanas, e mesmo meses, para retomar a produção. Entretanto, esta segunda-feira, a administração da Autoeuropa e a comissão de trabalhadores estão reunidas para definir em que termos será feita a paragem.
A empresa já anunciou que vai recorrer, durante dois dias, ao mecanismo dos “down days” e de 11 de setembro a 12 de novembro vai colocar trabalhadores em layoff. Mas ainda não disse quantos e em que modalidade (se numa redução total ou parcial dos horários). Além disso, está em cima da mesa a possibilidade de proceder a rescisões com trabalhadores temporários. Essas questões estão, todas elas, a ser discutidas com a comissão de trabalhadores, esta segunda-feira.