André Ventura assegura que a moção de censura ao Governo não serve para “entalar” o PSD, mas responsabiliza o partido liderado por Luís Montenegro, dizendo que devia ter apresentado uma moção de censura (quando Chega e IL ficaram sem fichas na anterior sessão legislativa) e questionando se, para um partido que critica a carga fiscal e o estado da habitação, a “solução” é abster-se numa circunstância destas — como os sociais-democratas fizeram na proposta dos liberais. Sem avançar com a data, Ventura disse que a moção de censura será apresentada no “primeiro dia da sessão legislativa”, que se realiza a 15 de setembro, porque “o novo ano só faz sentido com o fim do Governo socialista”.

A decisão de anunciar a moção de censura caso o PSD não o fizesse já estava anunciada e foi confirmada esta quarta-feira, com Ventura a justificar na entrevista à TVI que o faz a “contragosto” porque “este PSD continua a optar, nos momentos-chave, por sustentar o Governo socialista”. “Quem anda a dizer que a carga fiscal está altíssima, que a habitação não funciona, que as famílias não conseguem pagar, que o Governo prometeu soluções e não as deu… a solução que [o PSD] tem é abster-se na moção de censura?”, pergunta o líder do Chega.

E responde às próprias inquietações: “A única solução que há é dizer que este Governo não serve. Este Governo é um cadáver adiado, citando Fernando Pessoa. Só sobrevive numa maioria absoluta que é artificial e que nenhuma sondagem confirma e num Presidente da República que infelizmente não tem o rasgo de dizer que esta maioria chegou ao fim.”

Para o Chega, “o objetivo é censurar o Governo socialista por oito anos de promessas falhadas”, já que o partido é “oposição, não colaboração” e Ventura insistiu que os partidos não devem deixar de utilizar os instrumentos políticos que têm à disposição com a justificação de que a maioria absoluta irá chumbar.

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O presidente do Chega sublinhou que a abstenção do PSD prova que “só há um partido de oposição à direita, infelizmente,” e que, independentemente do resultado, “é importante que o país perceba que há um partido que quer censurar o Governo”. “Não queremos entalar ninguém, IL apresentou moção de censura e o Chega votou em coerência”, exemplificou.

“Este Governo tem um doutoramento em incompetência. João Galamba, depois de tudo o que fez, não pode ficar; João Cravinho, depois da derrapagem nas obras do hospital [das Forças Armadas], não pode ficar, Fernando Medina não pode ficar. A culpa é de ministros incompetentes que não conseguem governar”, frisou, apontando que “o tempo deste Governo chegou ao fim”.

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