O Ministério Público indiciou Luis Rubiales por crime de agressão sexual e coação na sequência do beijo a Jenni Hermoso na final do Campeonato do Mundo feminino. A justiça espanhola decidiu dar continuidade à queixa apresentada pela jogadora no início da semana e o presidente suspenso da Real Federação Espanhola de Futebol [RFEF] incorre agora numa pena de quatro anos de prisão.

Na prática, o MP apresentou a chamada “querella” contra Luis Rubiales que corresponde a uma indiciação formal e ao início do processo penal contra o líder federativo suspenso.

A peça que faltava: Jenni Hermoso formaliza queixa pelo beijo não consentido de Rubiales no Mundial

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“A jogadora, assim como o seu entorno mais próximo (família e amizades), sofreu uma pressão constante e reiterada por parte do sr. Rubiales e o seu entorno profissional, com a finalidade de que, publicamente, justificasse e aprovasse o ato cometido contra a sua vontade; sofrendo Jennifer uma situação de assédio, contrária ao desenvolvimento da sua vida em paz, tranquilidade e livremente”, pode ler-se no comunicado do Ministério Público espanhol a que o jornal El Español teve acesso.

A queixa apresentada por Jenni Hermoso era uma condição indispensável para que o Ministério Público (MP) pudesse atuar, sendo que a grande novidade da indiciação da justiça espanhola é o facto de acrescentar o crime de coação ao de agressão sexual. Para além do beijo em si, o MP considera que Luis Rubiales procurou coagir a jogadora para que o caso não se avolumasse.

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O MP espanhol solicitou igualmente à Audiencia Nacional [tribunal especial com competência territorial nacional em determinados crimes] a notificação de Luis Rubiales para prestar declarações no processo em curso.

No processo penal espanhol, a investigação é liderada pelo juiz de instrução criminal. Logo, e após a audição de Rubiales e de outras diligências que venham a ser executadas, o juiz titular dos autos poderá avançar para a pronúncia para julgamento do presidente suspenso da RFEF ou arquivar os autos.