O secretário-geral do PCP disse este sábado ser necessário “quebrar o desmantelamento” do Serviço Nacional de Saúde e que o regime de dedicação plena dos médicos é uma ilusão e estes continuarão a sair para privado sem melhores condições de trabalho.

Paulo Raimundo marcou este sábado presença na marcha em defesa pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) organizada pela CGTP em Lisboa. Em declarações aos jornalistas, o líder do PCP considerou urgente “quebrar este processo de desmantelamento do SNS”, condenando o objetivo que é “transferir para o setor privado parte fundamental das valências, dos serviços que o SNS presta”.

Questionado sobre o regime de dedicação plena dos médicos aprovado pelo Governo esta semana, que implica aumento salarial a quem adira, Paulo Raimundo disse entender como “um esforço para iludir e criar condições para que se mantenha o movimento do público para o privado”.

Para o líder do PCP, se o Governo quisesse efetivamente reforçar aprovaria a proposta Comunista de majoraçao de 50% da remuneração base para profissionais de saúde que tenham dedicação exclusiva ao SNS.

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O dirigente comunista considerou ainda que condições financeiras são importantes, mas que para fixar profissinais também há outros temas importantes, como o “respeito pelos profissinais e a valorização das carreiras”, além de dar “condições para trabalhar”.

O ministro da saúde sabe bem que o que avançou são soubdbytes e propaganda”, vincou.

Paulo Raimundo disse que, do orçamento anual dedicado à saúde, 6.000 milhões de euros são entregues aos privados (por exemplo, em exames, análises, cheques para cirurgia), considerando isso um “escândalo” e que é preciso “investir esses 6.000 milhões de euros no setor público” para que o SNS assegure a toda a população os serviços de saúde que esta necessita.