Os trabalhadores da TSF estão em greve pela primeira vez na história da rádio. Os trabalhadores estão concentrados tanto no Porto como junto às instalações em Lisboa desde a madrugada desta quarta-feira, em protesto contra o “desrespeito pelos profissionais e falta de respostas” da administração da Global Media Group.
O porta-voz dos trabalhadores, Filipe Santa Bárbara, explicou à rádio Observador os impactos que esta paralisação está a ter.
Não queria nada utilizar a expressão balanço positivo, porque os motivos não são positivos. Mas, em termos práticos, aquilo que podemos dizer a esta hora a que falamos é que a TSF ao longo do dia de hoje não vai ter noticiários em antena, não vai ter notícias no site, não vai ter pushs nos telemóveis. Hoje, é um dia em que a rádio de notícias, não vai dar notícias. Lembrando que não é possível dizer — nós jornalistas que gostamos muito dos números — qual é a adesão à greve, os turnos vão entrando ao longo do dia, mas é muito expressiva, e consigo quase ter a certeza de que a esta hora será acima dos 90%“.
A paralisação de 24 horas é a primeira em 35 anos de existência da rádio, que não emite noticiários desde a meia-noite. Na emissão vai apenas passando música instrumental, assim como esta mensagem pela voz do jornalista Fernando Alves: “A programação regular da TSF está condicionada devido a uma greve de 24 horas dos trabalhadores desta rádio”.
Os trabalhadores da TSF anunciaram a greve em plenário a 11 de setembro numa reunião marcada por várias criticas ao Conselho de Administração da Global Media Group, nomeadamente após a destituição de Domingos Andrade como diretor da TSF e a nomeação de Rui Gomes para o cargo, “sem que fosse ouvido o Conselho da Redação da TSF”. As restantes reivindicações devem-se a atrasos nos pagamentos de salários e à não aplicação de ajustes salariais.
Trabalhadores da TSF avançam para a greve depois do afastamento do diretor Domingos de Andrade