Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, considera que PSD e CDS têm demonstrado “desconforto” com o acordo firmado na Madeira entre sociais-democratas e o PAN, através da deputada Mónica Freitas. O líder liberal acredita que Miguel Albuquerque quis “encontrar parceiro mais maleável” e “escolheu caminho mais simples“, sugerindo que o PAN serviu essa intenção.

Questionado, em entrevista à CNN, sobre se Nuno Morna pode ter sido a razão para que o PSD preferisse não chegar a um entendimento com a IL, Rocha não acredita que haja algum “problema”, recordando que na noite eleitoral o PSD tomou a “iniciativa” de contactar a IL e justificando que “quem tem algum tipo de reserva não toma a iniciativa”.

Ainda que assuma esse contacto logo após terem sido conhecidos os resultados, Rocha revela que não houve nenhuma outra abordagem: “Perguntaram-nos sobre a nossa disponibilidade, mas desde domingo à noite não houve mais nenhum contacto.”

“A versão que conhecemos é que seríamos um partido exigente e que quem celebrou o acordo preferia partido mais fácil, satélite, mais maleável“, atirou, sublinhando que essa decisão tem gerado um “enorme desconforto”, em particular entre “vários quadrantes do PSD e CDS”.

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Rui Rocha insistiu que “a IL esteve sempre no mesmo sítio” e que mostrou “disponibilidade permanente”, desde logo porque os líderes de PSD e IL, Luís Montenegro e Rui Rocha, já almoçaram, este ano, para demonstrar que estavam prontos para ser alternativa.

“Há um enorme desafio aqui para esclarecer esta deriva que PSD/Madeira assumiu porque traduz uma enorme desorientação do PSD. O PSD revê-se nesta perspetiva animalista, proibicionista, avessa à economia, ao mundo rural? O que constato é que há uma grande falta de sintonia entre PSD nacional e regional e CDS nacional e regional”, afirmou o líder da IL, realçando que “a visão de Miguel Albuquerque se sobrepôs”. Neste sentido, Rocha sugeriu também que o líder do Governo regional “poderia estar menos confortável com combate à corrupção e questões da transparência que IL exigiria que estivesse em qualquer tipo de conversa”.

Rui Rocha acredita que “a nível nacional o contexto será outro“, mas também entende que “o PSD tem necessidade de se clarificar”. E foi mais longe para sublinhar a ausência do Chega das negociações: “O PSD tomou finalmente uma posição que parece clara sobre quem está e quem não está disponível para incluir em questões.”

“Porque escolhi”. Albuquerque não justifica preferência pelo PAN, mas admite “acordos pontuais” com a IL