Menos de uma semana depois de a única estrada que faz a ligação entre Nagorno-Karabakh e o território da Arménia ter sido franqueada, na sequência da intervenção militar do Azerbaijão no enclave, foram já mais de 100 mil os refugiados que passaram a fronteira.

A atualização foi feita este sábado por Nazeli Baghdasaryan, porta-voz do primeiro-ministro da Arménia — 100.417 é o número exato que, na comparação com o da população total do território, 120 mil, denuncia um êxodo quase total da população de etnia arménia do enclave.

Apesar de o Azerbaijão ter garantido que dos seus planos não fará parte qualquer tipo de retaliação contra o povo arménio e que o objetivo será reintegrar a região no território nacional, tratando os respetivos residentes como iguais, os agora refugiados terão preferido dar ouvidos a Erevan, que desde o início tem avisado que essa declaração de intenções não passará de uma “mentira”.

“É propaganda total, outra propaganda falsa do Azerbaijão. Ninguém vai ficar em Nagorno-Karabakh”, disse este sábado à BBC Edmon Marukyan, o embaixador-geral da Arménia.

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“Restam, no máximo, algumas centenas de pessoas, a maioria funcionários, empregados dos serviços de emergência, voluntários, algumas pessoas com necessidades especiais”, escreveu este sábado no X (antigo Twitter) Artak Beglaryan, antigo funcionário separatista arménio.

Sendo que, acrescentou num outro post, as poucas centenas de pessoas que ainda não saíram, “também estão de partida”.

De acordo com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), muitos dos que agora procuram refúgio na Arménia “têm fome, estão exaustos e precisam de assistência imediata”.