O ministro da Saúde vai receber a Ordem dos Médicos na próxima quarta-feira, dia 4, numa altura em que se agudizam as consequências da recusa dos médicos em trabalhar além das 150 horas extra previstas na lei.

“O Ministério da Saúde recebeu esta manhã o pedido de reunião da Ordem dos Médicos e reafirma o seu empenho em dialogar sobre as medidas a tomar para assegurar o pleno funcionamento do Serviço Nacional de Saúde. A reunião com a OM está já agendada para a próxima quarta-feira, dia 4, às 09h00 da manhã“, refere o Ministério, numa nota enviada ao Observador. Segundo apurou o Observador, a reunião contará com a presença do ministro da Saúde, Manuel Pizarro.

Como o Observador já escreveu, são cada vez mais os médicos a entregar aos respetivos hospitais minutas de escusa ao trabalho extraordinário, recusando fazer mais do que as 150 horas extras anuais, o que ameaça colocar em causa o funcionamento de dezenas de serviços de urgência de norte a sul do país.

“Situação sem precedentes” com recusa de médicos em fazer mais horas extra. Que urgências poderão entrar em colapso?

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As especialidades mais afetadas são Medicina Interna, Cirurgia e Pediatria. Em alguns hospitais, mais de 90% dos médicos destes serviços já não farão mais horas extraordinárias este ano.

Segundo a edição do Público desta segunda-feira, a situação já levou ao encerramento das urgências em seis hospitais (Guarda, Chaves, Barcelos, Tomar, Santarém e Caldas da Rainha). Mas outros hospitais antecipam vir a tomar a mesma decisão.

O bastonário da Ordem dos Médicos já antecipou que “mais de 25 hospitais” venham a ter ruturas durante o mês de outubro. Carlos Cortes tinha pedido uma reunião urgente ao ministro para evitar uma “catástrofe” no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Sindicato alerta para urgências com “equipas deficitárias” em Aveiro e Penafiel

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) alertou, esta segunda-feira, que as escalas dos serviços de urgência dos hospitais de Penafiel e Aveiro têm “graves irregularidades”, com “equipas deficitárias”, colocando em causa a segurança de utentes e médicos.