A ativista iraniana Narges Mohammadi, galardoada na sexta-feira com o Prémio Nobel da Paz, “explodiu de alegria” e “festejou” com as companheiras de prisão “na sua cela” no Irão, informou este sábado a família em comunicado enviado à AFP.
“Narges soube que tinha sido galardoada com o Prémio Nobel da Paz no final da tarde de sexta-feira, através de mensagens transmitidas pela secção masculina, que tem acesso mais fácil aos telefones à sexta-feira”, declarou a família.
No comunicado divulgado lê-se: “Narges e as suas companheiras de cela ficaram radiantes e festejaram esta vitória na sua cela”.
O Prémio Nobel da Paz 2023 foi atribuído à ativista iraniana, em nome da “luta das mulheres no Irão contra a opressão”, segundo anunciou o comité Nobel norueguês.
Segundo o comité, a escolha desta ativista, vice-presidente do Centro de Defensores dos Direitos Humanos e que está atualmente presa, deveu-se também “à sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade de todos”.
“O lema adotado pelos manifestantes – “Mulher-Vida-Liberdade” – expressa adequadamente a dedicação e o trabalho de Narges Mohammadi”, explicou a presidente do Comité Norueguês, Berit Reiss-Andersen, que anunciou o prémio em Oslo.
No total, adianta a fundação, o regime do Irão deteve esta ativista dos direitos humanos 13 vezes, condenou-a cinco vezes e sentenciou-a a um total de 31 anos de prisão e 154 chicotadas.
A ativista não vê há oito anos os filhos, que estão em Paris, e passou longos períodos em confinamento solitário.