A REN (Redes Energéticas Nacionais) repudiou este sábado os ataques de ativistas ambientais da Climáximo à sua sede, em Lisboa, acusando-os de vandalismo e de manipular factos sobre as alterações climáticas.

“A REN repudia de forma veemente todos os atos de violência e também a manipulação de factos, que toldam o que deveria ser um debate aberto, franco e transparente sobre um dos grandes desafios que a Humanidade enfrenta”, afirma a empresa portuguesa, em comunicado.

Ao início da manhã, o vidro da fachada da sede da REN, em Lisboa, foi estilhaçado por duas ativistas da Climáximo que acusaram aquela empresa de conspirar com o Governo para “expandir a sua infraestrutura que mata”.

Em comunicado, a Climáximo, que se define como “um coletivo aberto, horizontal e anticapitalista” de defesa do clima, explica que a ação das ativistas foi feita no âmbito do “plano de desarmamento” do coletivo que “passa por nem mais um projeto que aumente emissões de gases com efeito de estufa, como a expansão do terminal de gás fóssil liquefeito da REN em Sines”.

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Anteriormente, os ativistas da Climáximo já tinham pintado a fachada da sede da REN de Vermelho.

“Esta forma de manifestar convicções é criminosa, atenta contra pessoas e bens de forma perigosa e desrespeita as nossas liberdades e as leis que nos regem”, pode ler-se na nota divulgada pela REN.

A empresa refere que “está há vários anos no centro das alterações que colocaram Portugal na vanguarda da descarbonização da economia”, exemplificando várias conquistas na redução de emissões poluentes.

“Foram as garantias de segurança no abastecimento dadas pela empresa aos decisores políticos que permitiram a antecipação do desligamento das centrais a carvão, de 2030 para 2022, e foram os investimentos contínuos nas infraestruturas que possibilitam os atuais níveis de incorporação média de renováveis no setor elétrico da ordem dos 60%”, argumentam.

Na nota, a REN sublinha que Portugal “está em quarto lugar na lista dos países europeus em que a produção renovável maior peso tem” e que “em 10 anos a potência solar aumentou quase sete vezes”.

“A transição energética é um percurso longo, que exige esforços contínuos e não pode ser feito com movimentos de rutura que coloquem em causa o abastecimento do País. Por isso, a REN vai continuar a investir para tornar Portugal mais verde, planeando construir nos próximos 3 anos mais de 2 mil quilómetros de linhas de transporte e 10 subestações, para integrar a energia saída dos centros de produção de renováveis que estão a nascer em diversos pontos do território nacional”, indica ainda a empresa.

Este sábado foi o quinto dia de protesto da Climáximo, que nos últimos dias interrompeu a normalidade “para alertar [contra] a guerra que as empresas e governos estão a travar contra a sociedade”.

Em Lisboa, os ativistas já bloquearam a Segunda Circular e a Estrada de São Bento, cortaram o transito na Avenida de Roma, pintaram a fachada da sede da REN de vermelho e hoje partiram um vidro da mesma empresa.

O coletivo propõe, “em vez” dos planos da REN, eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, o único plano compatível com a exigência da ONU de fim ao fóssil até 2030.