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O Presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu, esta quarta-feira, ter visto imagens “verificadas” de crianças decapitadas por “terroristas”. Com esta declaração, durante um encontro com representantes da comunidade judaica nos EUA, parecia confirmar as informações tornadas públicas na véspera sobre um massacre no kibutz de Kfar Azza, perto da fronteira com a Faixa de Gaza. Mas, afinal, a informação foi corrigida: já nesta quinta-feira, a Casa Branca veio retificar a informação e dizer que o Presidente não viu fotografias, nem teve acesso a provas verificadas de forma independente.

Responsáveis da Casa Branca citados pela imprensa norte-americana vieram entretanto dizer que Biden se referia apenas às notícias que circularam nos últimos dias e às informações referidas pelo gabinete do primeiro-ministro israelita, que disse ter ouvido testemunhos de soldados que irão neste sentido.

“É importante que os americanos vejam o que está a acontecer. Eu faço-o há muito tempo. E nunca pensei ver fotografias verificadas de crianças decapitadas por terroristas”, contou Biden aos presentes, defendendo que “minimizar as atrocidades do Hamas e culpar o povo judeu é impensável”.

As declarações de Biden foram feitas depois de o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita ter dito que não está em condições, “nesta fase”, de confirmar os “40 bebés assassinados” durante o referido ataque.

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Na terça-feira, a conta X (antigo Twitter) @Israel, a conta oficial do Estado de Israel, publicou um vídeo do canal de notícias i24NEWS que mostra uma das suas jornalistas a descrever, com a voz embargada pela emoção, a desolação deste kibutz durante uma visita organizada para a imprensa, sob a proteção do exército israelita. No vídeo podia-se ler a mensagem “40 bebés assassinados”.

“Ninguém [entre os soldados que entraram em Kfar Aza depois da tomada pelo exército israelita] podia esperar [uma visão tão mórbida]”, diz a jornalista num outro vídeo publicado no site do canal. Numa narração espasmódica, a repórter menciona “os horrores [que ouve no relato] destes soldados […] pelo menos 40 bebés foram enterrados”.

Desde terça-feira, as redes sociais estão cheias de mensagens sobre os “40 bebés assassinados”, apontados como o próprio exemplo da barbárie de que são culpados os homens do movimento islamita palestiniano Hamas, na sua ofensiva contra Israel.

Questionado pela AFP sobre o número de bebés mortos em Kfar Aza, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros (do qual depende a conta @Israel) disse à AFP: “Nesta fase, não podemos confirmar quaisquer números”.

Também esta quarta-feira, o Hamas rejeitou a acusação, responsabilizando  a “narrativa sionista”, assim como “os meios de comunicação sociais ocidentais” por estarem a divulgar “mentiras e calúnias”.

Num comunicado citado pelo Al Jazeera, o braço armado do Hamas critica “a falsidade” das histórias “promovidas por alguns meios de comunicação sociais ocidentais que adotam de forma pouco profissional a narrativa sionista cheia de mentiras e calúnias contra o povo palestiniano e a sua resistência”.

O Hamas alega que o massacre denunciado por Israel é “mentira” e que “não tem como alvo crianças”.