A Toyota quer passar a equipar os seus veículos eléctricos com baterias sólidas já a partir de 2027, tecnologia que não só incrementa a capacidade dos acumuladores, como reduz os custos, aumenta a rapidez da recarga e acaba com os incêndios por fuga de electrólito. A curiosidade é que o parceiro que o gigante japonês da indústria automóvel encontrou para este projecto é a Idemitsu, que não é um especialista em baterias, mas sim uma petrolífera, mais à vontade quando a energia é extraída de gasolina, gasóleo ou gás.

A procura por baterias mais eficientes e baratas, uma vez que esta é a única solução para reduzir o preço dos veículos eléctricos, é algo relativamente comum entre os maiores construtores de automóveis nipónicos, como ficou demonstrado pelo acordo entre Toyota, Honda e Nissan assinado em 2018, destinado a desenvolver em conjunto a tecnologia que permitisse avançar mais rapidamente com as baterias sólidas. Mais recentemente, a Toyota assinou um acordo para a produção de acumuladores mais avançados com a Panasonic, fornecedor japonês de baterias que era à época o maior fabricante de baterias de iões de lítio NMC (as mais eficientes à data).

Ainda falta uma década para as baterias sólidas, afirma especialista

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O acordo entre a Toyota e Idemitsu visa garantir a produção de baterias sólidas a partir de 2027 ou 2028, para equipar os veículos eléctricos que o fabricante nipónico pensa estar em condições de começar a comercializar na altura. Ninguém duvida que as baterias sólidas são o futuro, sendo exactamente isto que defendem os maiores fabricantes de baterias, mas o problema é que dependem de uma evolução técnica que ainda não surgiu e ninguém sabe bem quando se poderá materializar. De recordar que, já em 2017, a investigadora portuguesa Maria Helena Braga, em colaboração com o pai dos acumuladores de iões de lítio, apresentou um projecto inovador de bateria sólida, que lamentavelmente ainda não conseguiu passar à fase de industrialização.

Em relação à parceria entre a Toyota e Idemitsu, é mais que respeitável o potencial da primeira enquanto fabricante de veículos, reconhecido pelo seu volume de vendas, na medida em que tem liderado o comércio global na maior parte dos anos ao longo das últimas décadas. Já o papel que a petrolífera poderá desempenhar na parceria é mais dúbio, uma vez que não se trata de um monstro financeiro (regista uma facturação anual inferior à da Panasonic e é quase sete vezes mais pequena do que a Toyota), não possuindo um mínimo de tecnologia para reforçar as aspirações do consórcio japonês agora anunciado.

Os próximos meses deverão revelar a estratégia a seguir, sendo que tanto os fabricantes de baterias como os construtores de automóveis estão a torcer para o sucesso deste ou de qualquer outro projecto que consiga chegar à produção em massa baterias sólidas. Até lá, veja em baixo a apresentação da parceria Toyota-Idemitsu: