Chama-se Rolls-Royce Black Badge Ghost Ékleipsis Private Collection, mas o nome não consegue ser tão extenso quanto o trabalho que está por detrás desta criação da Rolls-Royce em edição limitada a apenas 25 unidades. E todas elas têm já dono, desconhecendo-se o valor pelo qual adquiriram (e personalizaram) a sua unidade do Ghost Black Badge com este acabamento único, cujo principal elemento distintivo é o tejadilho, que recria um eclipse solar, algo que exigiu um meticuloso trabalho por parte dos artesãos da marca britânica, mas este não foi o único “detalhe” a consumir horas e horas de desenvolvimento, aperfeiçoamento, teste e execução.
Mal o condutor entra a bordo e acciona a ignição, começa um espectáculo que dura exactamente sete minutos e 31 segundos, o máximo que pode durar um eclipse solar total. As “estrelas” começam a escurecer, a ponto de a “lua” tapar por completo o “sol”. Este apontamento celestial conseguiu-se com o desenho de um círculo com 940 luzes, que evoca de imediato a coroa de luz observável à volta da lua, quando esta tapa o sol por completo. Para um efeito teatral ainda mais realista, a marca espalhou mais 192 pontos de luz pelo resto do tejadilho, evocando as estrelas visíveis durante o dia quando ocorre um eclipse solar total. Passados os tais sete minutos e meio, cessa a animação e o “céu” do Ghost volta à habitual escuridão, pontuada por estrelas. Ora, só para brindar os seus clientes com esta funcionalidade quase cénica, a Rolls-Royce construiu três protótipos e levou um ano a afinar qual deveria ser a sequência das estrelas…
Se acha muito, foi porque ainda não passeou o olhar pelos bancos deste Ghost, cujo padrão do revestimento bicolor (interior laranja e exterior preto) foi gerado por computador e depois afinado à mão. O resultado final só foi validado depois de sete testes, exigindo cada banco nada menos que 200.000 perfurações para perseguir uma estética de crepúsculo dourado.
Mais precioso é o adorno do relógio personalizado ao centro do tablier. Pela primeira vez, a Rolls-Royce ousou inserir um diamante e isso obrigou a uma série de cuidados para que a pedra preciosa de 0,5 quilates não saísse do lugar. Ao bisel à medida seguiu-se uma bateria de testes com uma amplitude térmica de -30°C a +90°C, tudo para garantir que a gema está devidamente incrustada.
Se a inserção do diamante persegue o efeito “Anel de Diamante” que ocorre imediatamente antes e depois da lua ofuscar o sol, um painel iluminado por 1846 “estrelas” no tablier visa simbolizar a linha do tempo associada a um eclipse solar. Diz a Rolls-Royce que, para se atingir o resultado que pode apreciar nas fotos, foi preciso que um designer se dedicasse mais de 100 horas a ver “estrelas”, do tamanho à posição certas…