A expressão do “Quem sabe nunca esquece” pode ser aplicada a várias situações e contextos mas nem sempre é uma realidade tendo em conta uma multiplicidade de fatores que fazem uma fronteira entre o querer e o poder. No caso de Rosa Mota, não há barreiras. E se há números que existem para ser fintados, como a idade no Cartão do Cidadão, há outros que são para ser batidos. E foi isso que voltou a acontecer.

Rosa Mota bate recorde do mundo da meia maratona para veteranos

Apenas três semanas depois de ter batido o recorde mundial da meia maratona na categoria de veteranos dos 65-69 anos, a antiga campeã olímpica voltou a baixar a marca da distância em 13 segundos em Valência, com o tempo de 1.25.52 que quebrou o registo que tinha conseguido fazer também em outubro. De recordar que, em Riga, a atleta portuguesa terminara a meia maratona letã com o resultado de 1.26.05.

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O feito tornou-se ainda mais notável olhando para aquilo que foram os tempos referência ao longo dos 21 quilómetros de prova, como se fosse um relógio suíço que passou os cinco quilómetros com 20.05, os dez com 40.17, os 15 com 1.00.37 e os 20 com 1.21.17. Desta forma, além de ganhar a categoria dos 65-69 anos, Rosa Mota ficou globalmente no 104.º lugar entre um total de 6.528 participantes no quadro feminino.

Aos 65 anos, a antiga atleta de FC Foz, FC Porto e CAP tem um dos melhores currículos do desporto nacional, onde se destacam as duas medalhas olímpicas em 1984 (bronze em Los Angeles) e 1988 (ouro em Seul), a vitória na maratona do Campeonato do Mundo de 1987 em Roma e os três triunfos na maratona que alcançou em Campeonatos da Europa, entre 1982 (Atenas), 1986 (Estugarda) e 1990 (Split). Em paralelo com esses registos, Rosa Mota venceu algumas das maratonas mais mediáticas em termos mundiais ao longo da carreira, casos de Chicago (1983), Boston (1987), Roterdão (1983), Tóquio (1986), Londres (1991) ou Osaka (1990) e é ainda hoje a única atleta a sagrar-se campeã olímpica, mundial e europeia na maratona.