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A polícia israelita tem estado a recolher provas de crimes sexuais cometidos por membros do Hamas nos ataques de 7 de outubro a Israel, que provocaram 1.400 mortos. A investigação, segundo noticiaram os meios locais, baseia-se em parte no relatos de testemunhas, interrogatórios a alguns dos detidos nos ataques, bem como em imagens e vídeos captados nessa altura, mas algumas provas podem estar a perder-se.

O Times of Israel noticiou esta sexta-feira que as provas físicas relacionadas com crimes sexuais — há relatos de violações em grupo, mutilação genital e necrofilia — não foram recolhidas dos cadáveres devido à sobrecarga das morgues em Israel. Isto numa altura em que prossegue o trabalho para identificar as vítimas dos ataques de outubro, operações dificultadas pelo facto de muitos corpos terem sido mutilados e queimados. A janela de tempo para recolher este tipo de provas fechou-se entretanto, de acordo um oficial que falou ao jornal sob a condição de anonimato.

A decisão de não avançar com os procedimentos para documentar estes casos face à necessidade urgente de identificar as vítimas faz com que, segundo o jornal israelita, os funcionários das morgues não estejam por exemplo a designar casos individuais como violações, uma vez que faltam a faltar as provas físicas que seria necessário apresentar em tribunal.

O governo israelita, pelas palavras de vários oficiais, tem denunciado que o Hamas violou mulheres como parte do seu ataque. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, tem afirmado repetidamente que o Hamas cometeu “assassinatos, violações, raptos”. No entanto, refere o Times of Israel, até agora o governo não pressionou os sobreviventes a partilharem as suas histórias e os serviços forensicos não divulgaram relatórios formais sobre se as suas descobertas eram consistentes com abuso sexual. Tudo isto tem gerado algum catecismo sobre se aconteceram ou não, mesmo no país, nota o jornal.

A grande preocupação das autoridades tem sido a identificação das vítimas. “Não estamos preocupados em como morreram ou o que aconteceu”, admitiu ao Times of Israel Michal Levin Elad, responsável da Divisão Nacional de Investigação Forense da Polícia de Israel. Das 1.400 pessoas que morreram nos ataques de 7 de outubro, 310 militares e 840 civis foram identificados.

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