Siga aqui o nosso liveblog sobre a guerra na Ucrânia

As autoridades de Moscovo proibiram uma manifestação de mulheres de militares russos mobilizados na Ucrânia, que exigem o regresso dos mesmos após mais de um ano ao serviço.

Tal como em petições anteriores contra o Kremlin, o Conselho Municipal argumentou que, desde a pandemia de Covid-19 em 2020, não podem ser realizados eventos públicos no país, conforme informou esta sexta-feira o canal de Telegram “A caminho de casa”.

O vice-chefe do departamento de segurança da capital russa, Kiril Malishkin, alertou os participantes contra a saída à rua sem autorização oficial.

As mulheres dos mobilizados pediram o dia 25 de novembro como data para a sua ação de protesto na Praça do Teatro, nas imediações do Kremlin e da Duma (câmara baixa) ou Câmara dos Deputados.

Os organizadores, alguns dos quais já tinham manifestado o seu descontentamento com a manifestação comunista por ocasião do aniversário da Revolução Bolchevique, planeavam reunir até 300 pessoas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As autoridades russas proibiram este tipo de ações de protesto em várias cidades russas, onde as mulheres dos militares mobilizados denunciaram pressão por parte da polícia.

Tribunal russo condena a sete anos de prisão artista por protesto contra a guerra

O presidente do Comité de Defesa da Duma, Andrey Kartapolov, afirmou que os militares mobilizados só regressariam a casa “depois de terminada a operação militar especial”.

Apesar das restrições teóricas devido à pandemia de covid-19, as autoridades de Moscovo nunca se opuseram aos pedidos de organização de manifestações ou concertos pró-Kremlin.

O Presidente russo, Vladimir Putin, decretou, em setembro de 2022, a mobilização parcial de 300 mil militares de reserva, provocando um êxodo de centenas de milhares de homens em idade militar.

Perante a impopularidade da medida, o Kremlin optou por oferecer contratos profissionais lucrativos, uma proposta que já foi aceite por mais de 400 mil homens, incluindo imigrantes, a quem Moscovo promete a cidadania em troca de seis meses de serviço na linha da frente.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).