O governo do Japão condenou “firmemente” esta segunda-feira, 20 de novembro, a apreensão no Mar Vermelho de um navio comercial operado por um grupo japonês por parte do grupo rebelde iemenita Huthis.

“Recebemos relatos de que o navio de transporte de automóveis Galaxy Leader, operado pela Nippon Yusen, foi apreendido pelos Huthis enquanto navegava para sul no Mar Vermelho, ao largo da costa do Iémen”, disse o porta-voz do governo japonês.

“O governo condena veementemente tal ato”, acrescentou Hirokazu Matsuno.

No domingo, um dos líderes dos Huthis disse à Agência France-Press (AFP) ter apreendido e assumido o controlo de um navio comercial propriedade de um empresário israelita.

Uma fonte marítima do Porto de Hodeida, controlado pelos rebeldes, disse que o grupo “apreendeu um navio comercial levando-o para o porto de Al-Salif, em Hodeida”.

Esta informação surge depois de o grupo rebelde iemenita ter avisado que vai atacar todos os navios que sejam propriedade ou operados por empresas israelitas ou com bandeira israelita no Mar Vermelho, em resposta à ofensiva contra a Faixa de Gaza na sequência dos ataques de 07 de outubro do movimento islamita palestiniano Hamas.

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Por sua vez, o exército israelita negou que se tratasse de um navio israelita. “O navio saiu da Turquia com destino à Índia, com civis de várias nacionalidades a bordo, mas nenhum israelita. Não é um navio israelita”, sublinhou o exército. De acordo com o Ministério dos Transportes japonês, não estava também nenhum cidadão japonês a bordo.

Os Houthis, que controlam a capital do Iémen, Saná, fazem “parte do eixo de resistência” contra Israel, que inclui grupos apoiados pelo Irão como o Hamas palestiniano e o Hezbollah libanês.

O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, condenou “veementemente o ataque iraniano a um navio internacional”. “Este é um novo ato de terrorismo iraniano”, referiu, em comunicado. “O navio, que pertence a uma empresa britânica e é operado por uma empresa japonesa, foi sequestrado sob a direção do Irão pela milícia Huthis iemenita”, concluiu Netanyahu.

A Nippon Yusen, a operadora japonesa do navio, disse hoje que não poderia confirmar imediatamente quem era o proprietário do navio.

Os Huthis anunciaram, no final de outubro, que realizariam ataques contra Israel até que este pusesse fim à sua ofensiva contra Gaza, após o que efetuaram vários lançamentos de mísseis e drones em território israelita para defender “o direito do povo palestiniano à autodefesa”.