Movimentações trabalhistas indiciam que a Ford está preocupada com o futuro dos veículos eléctricos e mais animada com os híbridos, de acordo com os espanhóis da Tribuna de la Automoción. Fruto dessa leitura do mercado, a marca terá comunicado aos sindicatos da sua fábrica de Almussafes, Valência, de onde saem actualmente os Ford Kuga, Transit e Tourneo Conectar, que vai congelar os investimentos na electrificação.
Segundo a imprensa espanhola, a decisão vai afectar todas as fábricas da Ford no Velho Continente e já estará a mobilizar os comités de trabalhadores para encetar conversações com os dirigentes europeus da marca, a fim de assegurar que a revisão da estratégia de electrificação não vai recair na força laboral. Inicialmente, o plano previa que a transição fabril para a produção de veículos eléctricos ocorreria até 2025, limite que terá derrapado para 2027.
Foi a 17 de Fevereiro de 2021 que a Ford fez saber os seus planos para o futuro na Europa: até 2030, o construtor norte-americano fixou como meta que todos os seus veículos ligeiros de passageiros passariam a ser 100% eléctricos e dois terços dos veículos comerciais seriam a bateria. Ainda recentemente, a marca da oval azul inaugurou em Colónia, na Alemanha, o seu primeiro centro europeu de produção de veículos eléctricos, que tem no Explorer o modelo estreante da linha, fruto de um investimento de 2000 milhões de dólares que visa o fabrico de mais de 250.000 veículos eléctricos por ano.
No início de 2021, a Ford anunciou que, globalmente, estava a investir cerca de 22 mil milhões de dólares em electrificação, quase o dobro dos anteriores planos de investimento em veículos eléctricos do construtor.