Oscar Pistorius, o antigo campeão paralímpico que matou a namorada a tiro em 2013, vai sair da prisão em liberdade condicional. A decisão foi anunciada esta sexta-feira numa audiência num tribunal perto de Pretória, na África do Sul, e o atleta vai ser libertado em janeiro de 2024 após ter sido condenado a 13 anos e cinco meses de prisão em 2017.
A mãe de Reeva Steenkamp, a modelo sul-africana que namorava com Oscar Pistorius, não marcou presença na audiência, mas também não se opôs à libertação. Numa carta enviada ao tribunal, disse não ter certezas de que os “enormes problemas de raiva” do antigo atleta tivessem ficado resolvidos na prisão, acrescentando que fica “preocupada com a segurança de qualquer mulher” que entre em contacto com Pistorius. O pai da modelo morreu no início do ano e June Steenkamp referiu na mesma carta que a morte da filha e todo o julgamento subsequente teve um enorme impacto na vida e na saúde de ambos.
Oscar Pistorius perto de sair em liberdade condicional dez anos depois de ter matado a namorada
“Não tive energia para voltar a enfrentá-lo, simplesmente. O meu querido Barry deixou este mundo profundamente devastado pela ideia de que falhou na hora de proteger a filha. A única esperança que lhe restava era de que o Oscar encontrasse em si mesmo a coragem para eventualmente contar toda a verdade”, pode ler-se.
Oscar Pistorius e Reeva Steenkamp, que tinha 29 anos, começaram a namorar em novembro de 2012. Em fevereiro do ano seguinte, no Dia dos Namorados, o atleta disparou quatro vezes através da porta da casa de banho, que estava trancada, e matou a namorada — defendendo, desde o primeiro instante, que a confundiu com um assaltante. Em 2016, no final de um julgamento que foi acompanhado no mundo inteiro, o sul-africano foi condenado a cinco anos de prisão por homicídio involuntário. Em 2017, depois de um recurso da defesa da família de Steenkamp, Pistorius acabou por ser condenado por homicídio e aos tais 13 anos e cinco meses de prisão efetiva.
Esta foi a segunda audiência de liberdade condicional de Oscar Pistorius em menos de um ano — a primeira, em março, foi cancelada porque o sul-africano não tinha alegadamente cumprido o período mínimo de detenção, algo que foi decretado um erro por parte do Tribunal Constitucional da África do Sul e que deu origem a esta segunda audiência.