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O antigo dentista do líder do Hamas descreveu-o como um homem “cruel” que “conhece muito bem” a sociedade israelita. Em declarações ao jornal alemão Bild, Yuval Biton recordou os anos passados a tratar presidiários num estabelecimento prisional israelita no final da década de 1990, altura em que Yahya Sinwar esteve detido.
“Sei o quão cruel ele é, nunca subestimei as suas capacidades mas, infelizmente, outros fizeram-no”, declarou. “Passei muito tempo com ele. Era evidente para mim que iria ascender ao topo do Hamas”, disse ainda, recordando Sinwar ao jornal alemão como um homem “carismático” e “ameaçador”.
Biton descreve ainda um incidente a que assistiu na prisão, quando foi pedido a Sinwar e a outros militantes do grupo terrorista que assinassem uma série de documentos a renunciar ao terrorismo. “Ele perguntou o que era e depois recusou-se a assinar, e todos os outros prisioneiros do Hamas recusaram-se também”, recorda, contando que os homens acabaram, ainda assim, por ser libertados.
O atual líder do Hamas nasceu no campo de refugiados Khan Younis e passou 22 anos em prisões israelitas, condenado por crimes terroristas. Foi libertado em 2011, na sequência de uma troca de prisioneiros. Enquanto esteva na cadeia, foi operado a um tumor cerebral maligno.
Sinwar foi um dos cérebros do massacre do Hamas contra Israel a 7 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos em Israel e resultou na captura de mais de 240 reféns, levados pelo grupo terrorista para a Faixa de Gaza. Um desses reféns é Tamir, sobrinho de Yuval Biton. “Sabia muito bem do que estas pessoas eram capazes… mas nunca pensei que isso me viesse a afetar pessoalmente”, desabafou.