“Seria prematuro concluir com segurança que já atingimos um nível suficientemente restritivo ou especular sobre o momento em que a política [monetária] será flexibilizada”, declarou Jerome Powell, num colóquio em Atlanta (Geórgia, Estados Unidos).
“Estamos prontos para um novo ajustamento na política se for oportuno fazê-lo”, advertiu o líder do banco central.
As taxas da Fed estão atualmente num intervalo entre 5,25% e 5,50%, o nível mais alto em mais de 20 anos.
O banco central norte-americano começou em março de 2022 o ciclo que levou a 11 subidas das taxas de juro com o objetivo de baixar a inflação, que tinha atingido um nível inédito desde o início da década de 1980.
“Embora os números da inflação mais fracos nos últimos meses sejam bem-vindos, os progressos devem continuar se quisermos atingir o objetivo de 2%” na inflação, afirmou o líder da Fed.
Nos Estados Unidos, a inflação homóloga atingiu em outubro 3%, de acordo com o índice PCE, que é o mais seguido pela Fed. Mas a inflação subjacente, que exclui os preços da alimentação e da energia por serem mais voláteis, situou-se em 3,5%.
Esta redução da inflação tem sido acompanhada por um abrandamento da atividade económica desde o início do outono.
O aumento das taxas pretende tornar o crédito mais caro para famílias e empresas para abrandar o consumo e o investimento, o que permite aliviar a pressão sobre os preços.
Mas são necessários meses para que as ações da Fed tenham efeito na economia real.
“Os efeitos em pleno do nosso aperto monetário provavelmente ainda não foram sentidos”, afirmou Jerome Powell.
Nas duas últimas reuniões, a Fed optou por não subir as taxas de juro e dar algum tempo para observar os resultados da sua política monetária, evitando penalizar demasiado a atividade, o que poderia provocar uma recessão.
A próxima reunião de política monetária da Fed será nos dias 12 e 13 de dezembro.